IPMA e UCL iniciam campanha no fundo do Atlântico para obter imagens sísmicas



O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) iniciou, em cooperação com a University College London (UCL), uma campanha onde serão colocados sismógrafos submarinos no fundo do Oceano Atlântico, com o intuito de obter imagens sísmicas.

O projeto UPFLOW recebeu um financiamento do European Research Council (ERC) de cerca de 2,8 milhões de euros, e tem com objetivo principal “o desenvolvimento de um novo método de obtenção de “imagens sísmicas”, que incorpora técnicas inicialmente propostas por astrofísicos para o estudo de galáxias distantes”, explica o Instituto.

A equipa científica dirigida por Ana Ferreira saiu da Base Naval de Lisboa no passado dia 14 de julho, a bordo do Navio de Investigação do IPMA “Mário Ruivo”. A expedição tem uma duração prevista de 5 semanas.

“Esta é uma experiência única na área da sismologia”, explica a responsável. “É a primeira vez que é coberta uma área geográfica tão vasta no Atlântico Norte com estes instrumentos de alta precisão. Ao analisarmos os dados, esperamos compreender os grandes movimentos que ocorrem a centenas de quilómetros no manto da Terra, no fundo do Oceano – em particular, o fluxo ascendente de materiais que ainda não temos uma boa compreensão. Estes movimentos são a derradeira causa de erupções vulcânicas e podem dar a origem a sismos”, refere.

“Os dados conseguidos vão deixar um legado importantíssimo, abrindo uma vasta área de pesquisa, desde poder seguir os trajetos das baleias através dos sons que fazem ao passar perto dos sismómetros, até à monitorização de sismos e tremores vulcânicos. Os dados também podem servir para estudar as interações entre a atmosfera, os oceanos e a terra sólida”, acrescenta Ana Ferreira.

No decorrer do UPFLOW, serão realizadas várias videochamadas com escolas primárias portuguesas, espanholas, alemãs, britânicas e irlandesas. “Como parte desta campanha de divulgação e envolvimento, todas as turmas das crianças dos países participantes sugeriram nomes para os sismómetros como por exemplo: Neptune, Triton, Jelly, Caesar ou Thor”, diz o IPMA.

Uma parceria com o artista de jazz Liam Noble também vai originar uma música inspirada na expedição, que terá como fundo clipes de voz e de sons do navio “Mário Ruivo”.





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