Jaguar quebra recorde ao nadar mais de um quilómetro seguido no Brasil



Um jaguar (Panthera onca) nadou pelo menos 1,27 quilómetros (km) seguidos no reservatório da Central Hidroelétrica de Serra da Mesa, no norte do estado de Goiás, no Brasil.

O animal, um macho adulto, nadou das margens do lago até a uma pequena ilha, embora ainda não se saiba a razão que o levou a percorrer essa distância, a maior alguma vez registada para a espécie. O recorde anterior era de cerca de 200 metros, pelo que a nova distância é cerca de seis vezes superior.

O momento foi captado a 8 de agosto de 2024 por câmaras colocadas quatro anos antes na zona por biólogos, e documentado num artigo publicado recentemente na revista ‘bioRxiv’. No entanto, os cientistas, da organização Instituto Onça-Pintada, da Universidade de Brasília e do Instituto Nacional Mata Atlântica, admitem que a distância pode ter sido ainda maior.

Através de fotoarmadilhagem e da análise dos padrões de marcas no seu pêlo, os cientistas perceberam que o mesmo jaguar fez a travessia documentada. A foto (A) foi captada nas margens do reservatório e a foto (B) na ilha que foi o destino final do animal. Foto: Silveira et al., 2025, bioRxiv.

A estimativa incluiu uma ilhota ainda mais pequena no que se assume ser o trajeto seguido pelo jaguar até à ilha que acabou por ser o seu destino final. Se o animal fez uma paragem na ilhota antes de seguir caminho, então o nado divide-se em dois momentos: um com cerca de 1,06 km da margem até à ilhota e outro com 1,27 km da ilhota à ilha final. Contudo, se o animal tiver nadado de uma só assentada, sem paragens, a distância total ronda os 2,48 km.

A estimativa avançada pelos investigadores tem por base o cenário mais conservador, o da paragem, mas não rejeitam a hipótese de o jaguar ter nadado sem parar.

Seja qual for o trajeto seguido, este grande felídeo quebrou todos os registos cientificamente documentados de travessias a nado ininterruptas por jaguares, animais conhecidos por serem excelentes nadadores e por até caçarem caimões dentro de água, deitando por terra o velho adágio que diz que nenhum gato gosta de molhar-se.

Os cientistas argumentam, no artigo, que este caso mostra que grandes corpos de água, como reservatórios, não funcionam como “barreiras absolutas ao movimento de carnívoros”, podendo continuar a ser por eles atravessados, embora com grandes gastos adicionais de energia.






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