Lembra-se da menina que aos 12 anos calou o mundo na Rio-92? Hoje, ela é activista ambiental.



O nome Severn Cullis-Suzuki pode não lhe dizer muito mas, se vir este vídeo, certamente se lembrará de quem é. Ela é a menina que, com apenas 12 anos, fez um emotivo discurso durante a Rio-92, a Cimeira das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que se realizou há exactamente 20 anos na cidade brasileira.

Hoje, Cullis-Suzuki é activista ambiental e o Planeta Sustentável descobriu-a com as mesmas preocupações de há 20 anos. Ela fundou um grupo de crianças preocupadas com o meio ambiente, a ECO (Environmental Children’s Organization), é apresentadora de um programa de TV canadiano sobre água e povos indígenas e colabora com a WeCanada, uma rede independente de ONGSs que tenta despertar os canadianos em questões ambientais e de cobrança política.

Aos 12 anos, Cullis-Suzuki recebeu elogios de grande parte dos 108 chefes de Estado presentes no Rio-92, incluindo George Bush (Estados Unidos), François Mitterrand (França), Helmut Kohl (Alemanha) e Fidel Castro (Cuba). Com o aparecimento das redes sociais, sobretudo do YouTube, o discurso tornou-se finalmente famoso, contando hoje com mais de 13 milhões de visualizações.

“Vivo numa comunidade pequena e remota no arquipélago de Haida Gwaii (Ilhas da Rainha Carlota), oeste do Canadá. Aqui, somos completamente dependentes do meio ambiente para a nossa economia e alimentação. (…) É lugar lindo, mas há uma proposta para a construção de um oleoduto que ligará a província de Alberta à costa. Se isso acontecer, haverá um tráfego de petroleiros do meu país para a Ásia e derramamentos de petróleo serão apenas uma questão de tempo”, explicou a jovem.

Hoje, Cullis-Suzuki está preocupada com o Rio+20 e o papel da WeCanada. Sobre o que mudou nos últimos 20 anos, a activista ambiental destaca as “novas ferramentas de comunicação e relacionamento”. “Mas ainda não ganhámos em mobilização, na capacidade de relacionar uma grande quantidade de homens e mulheres. Enquanto isso, os nossos desafios ambientais só ficaram maiores, precisamos de lutar por um novo paradigma”, realça.

Cullis-Suzuki diz que hoje ainda recebe muitas cartas e e-mails de parabéns pelo discurso. “Isso mostra que, para mim, o País tem de ouvir os jovens. Eu sei que precisamos que as novas gerações do mundo se levantem e nos desafiem, falem a verdade e nos guiem para uma direcção melhor”, revela.

Finalmente, a pergunta fundamental: Imaginava que poderia mudar o mundo com o seu discurso? “Eu tinha 12 anos. E realmente acreditava que, se os líderes mundiais nos ouvissem, isso mudaria o mundo. mas a década após o Rio foi, sem dúvida, a pior em termos de acções globais pelo meio ambiente”, concluiu a menina, agora mulher.





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