Linguagem dos macacos e dos humanos têm ritmos idênticos
A fala humana, seja em que língua for, obedece a uma frequência que vai dos três aos oito hertz, o que significa dizer que pronunciamos entre três a oito sílabas por segundo. Um novo estudo avança que a linguagem de outros primatas, que comunicam através de expressões faciais, também segue o mesmo ritmo. A origem da fala humana pode mesmo estar nesse tipo de comunicação.
O estalar dos lábios dos macacos possui semelhanças com a fala humana, em termos do ritmo, dos movimentos e da coordenação vocal. O ritmo desta acção varia também entre os três e os oito hertz e os macacos reagem a ele.
Uma equipa de investigadores da Universidade de Princeton, nos EUA, colocou 11 macacos rhesus perante uma tela onde foram exibidas imagens de dois animais da espécie a estalar os lábios a ritmos diferentes.
Os animais ficaram 30% mais tempo concentrados naquele que estalava os lábios a um ritmo de seis hertz, em detrimento do que usava frequências menores ou maiores às consideradas naturais na espécie. Cerca de metade dos macacos responderam ainda às imagens com movimentos próprios, revelando que perceberam uma intenção de comunicação, adianta a Veja.
Na fala humana, quando o ritmo se altera, fazendo aumentar ou diminuir a sua frequência, a capacidade de os outros entenderem o que está a ser dito diminui. Isto leva a crer que há uma relação entre a frequência da fala e a percepção humana. Esta pesquisa vem ainda revelar que os macacos estão, tal como os humanos, predispostos a percepcionar um ritmo próprio da sua forma de comunicação.
Fica assim fortalecida a teoria que defende que a fala surgiu, por evolução natural, a partir dos movimentos faciais de primatas ancestrais ao homem.
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