Lítio: Savannah diz que se aproxima da conclusão de mais sondagens no Barroso

A Savannah disse hoje que se aproxima da conclusão de mais uma fase de sondagens na mina do Barroso, em Boticas, antecipando o prazo estabelecido na servidão administrativa concedida pelo Estado português em dezembro.
“Com mais de 80% dos trabalhos de prospeção já realizados, a empresa aproxima-se da conclusão desta fase de sondagens, prevista para as próximas semanas”, referiu hoje em comunicado a empresa que quer explorar lítio na zona de Covas do Barroso, concelho de Boticas, no distrito de Vila Real.
A Savannah adiantou que o “ritmo dos trabalhos está efetivamente a superar o prazo estipulado na servidão administrativa concedida pelo Estado português que previa um espaço temporal de um ano”, salientando que “o plano está a ser executado em apenas alguns meses”.
A servidão administrativa foi concedida pelo Ministério do Ambiente em dezembro e permite à Savannah aceder a terrenos privados e baldios durante um ano.
Em fevereiro, os trabalhos de prospeção estiveram suspensos durante 15 dias em consequência de uma providência cautelar que deu entrada no Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela e que foi interposta por três proprietários contra a servidão administrativa.
Depois de uma paragem de duas semanas e do ministério responder à providência com uma resolução fundamentada, invocando o interesse público do projeto, a empresa retomou a campanha de prospeções de lítio.
No comunicado divulgado hoje, a Savannah disse ainda que os dados mais recentes resultantes das sondagens em curso feitas no Barroso “mostram que continuam a ser encontradas zonas extensas com lítio de elevada qualidade nas áreas do Pinheiro e Reservatório, com graus de concentração em torno de 1,5%”.
“Um teor mais elevado de lítio significa mais valor por cada tonelada extraída, permitindo produzir mais concentrado de espodumena e tornando a unidade de processamento mais eficiente, reduzindo custos operacionais e diminuindo o impacto ambiental”, acrescentou.
A Declaração de Impacte Ambiental (DIA) condicionada da mina do Barroso foi emitida em maio de 2023 e a empresa prevê que a produção tenha início em 2027.
“Nessa fase, a Savannah produzirá lítio suficiente para abastecer pelo menos meio milhão de baterias para veículos por ano — o equivalente a mais de três vezes o número total de veículos comprados anualmente em Portugal”, referiu a empresa.
A mina do Barroso foi considerada um projeto estratégico pela Comissão Europeia em março, mas tem sido contestada localmente por populares, autarcas e ambientalistas.
Nos últimos sete anos, foram realizadas várias manifestações e submetidos processos judiciais, entre outras ações de luta contra a exploração mineira neste território.