Londres: taxistas atestam com biodiesel feito a partir de óleo alimentar usado
Todas as semanas, 1.100 taxistas de Londres atestam o seu automóvel com biodiesel produzido a partir de óleos alimentares usados. O óleo provém dos restaurantes, bares e cafés perto de Southwark, sul de Londres, onde está localizada a Uptown Oil, ou de Edmonton, bairro da Pure Fuels.
Por semana, a Uptown Oil fabrica entre 25 a 30 mil litros de biodiesel feito a partir de óleos alimentares, que foram utilizados para cozinhar de tudo: peixe a batatas fritas, bacon ou salsichas. Com o aumento do preço dos combustíveis, explica o Menos Um Carro, o biodiesel rapidamente se tornou moda no Reino Unido.
“Não é engraçado saber que o combustível que utilizamos no nosso carro já foi utilizado para cozinhar as nossas batatas fritas?”, questionou, ao The Guardian, Nigel Jewison, um dos três directores da Uptown Oil.
A utilização de óleo alimentar usado para transformar em biodiesel começou, no Reino Unido, em 2004, quando o Governo introduziu uma lei que obrigava as empresas de catering a descartar o óleo alimentar “de forma responsável”. Estas empresas lidam, todos os anos, com 50 a 90 milhões de litros de óleo.
A transformação do óleo alimentar usado em biodiesel tornou-se tão apelativa para as empresas de catering que o próprio Jewison, da Uptown Oil, foi empresário neste sector durante 20 anos, antes de mudar de ramo.
Numa fase inicial, a empresa produzia apenas 50 litros de combustível por semana, o suficiente para atestar os três carros dos sócios. Hoje, pode produzir até 50 mil litros.
A Uptown e a Pure Fuels, outra empresa de biodiesel da Grande Londres, têm 1.100 clientes. Sobretudo táxis. “Ajuda-me em tudo. É barato, é local e moro perto, é bom para o ambiente e é bom para o motor”, explicou ao Guardian o taxista Mark Renshaw. “Sempre fui verde e, desde que vim aqui pela primeira vez, nunca mais fui a outro lugar”, explicou outro taxista.
Hoje, o biodiesel já representa 3,1% dos combustíveis utilizados nas estradas britânicas. Um terço destes, ou seja, 1% do total, provêem de óleo alimentar usado. São números pequenos mas não demorarão, certamente, muitos anos a se alterarem.