Lontras-marinhas que vivem perto de cidades mais contaminadas com “químicos eternos” do que as que vivem em zonas mais remotas



As lontras-marinhas (Enhydra lutris) que vivem perto de cidades na Colúmbia Britânica, no Canadá, têm nos seus corpos mais “químicos eternos” do que animais da mesma espécie que habitam zonas mais remotas do oceano.

A descoberta foi feita por investigadores da universidade dessa província ocidental canadiana, que, num artigo publicado recentemente na revista ‘Environmental Toxicology and Chemistry’, revelam ter identificado oito substâncias per- e polifluoroalquiladas (o nome técnico dos “químicos eternos”) nos fígados e músculos de onze lontras-marinhas mortas. Sete dessas substâncias foram encontradas apenas no fígado.

Além disso, a equipa percebeu que esses animais que vivem mais perto das cidades e de rotas de transportes marítimos tinham, em média, concentrações de “químicos eternos” três vezes superiores às encontradas em lontras que vivem mais afastadas desses locais.

Em comunicado, os cientistas dizem que viver perto das fontes dos “químicos eternos” é um fator que faz toda a diferença, como mostram os resultados do trabalho.

Embora apontem que as concentrações detetadas nos cadáveres de lontras-marinhas são fossem suficientemente elevadas para gerarem grandes preocupações quanto à saúde e sobrevivência dos animais e das suas populações, a equipa salienta que é fundamental combater esse tipo de poluição. Isto, porque se sabe que afeta negativamente uma série de espécies, incluindo peixes mas não só.

“Agora que temos uma base de referência para os níveis de [‘químicos eternos’] nas lontras-marinhas locais, podemos monitorizar quaisquer alterações, incluindo potenciais novas fontes de poluição”, afirma Dana Price, primeira autora do estudo. Além disso, poderão também avaliar eventuais impactos positivos de uma mais forte regulação da produção desse tipo de substâncias.






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