Macau e interior da China vão criar estação de monitorização sísmica



O Governo de Macau anunciou hoje a criação, em conjunto com as autoridades do interior da China, de uma estação de monitorização sísmica, como parte dos planos das autoridades para reforçar a prevenção de desastres.

“Será otimizada a rede de monitorização meteorológica e sísmica, estando prevista, em colaboração com os serviços competentes do interior da China, a construção de uma estação de monitorização sísmica”, declarou o secretário para as Obras Públicas e Transportes, ao apresentar, na Assembleia Legislativa (AL), as linhas de ação governativa para a tutela, para 2025.

Raymond Tam Vai Man, que vai estar durante o dia na AL a responder às perguntas dos deputados, justificou a nova estação com a intenção de “aumentar a capacidade de análise e avaliação no âmbito de catástrofes naturais”.

O espaço, concretizou no parlamento local a Direção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), vai estar localizado em Hengqin (ilha da Montanha), vizinha de Macau, na cidade de Zhuhai.

“A área terrestre de Macau é pequena e a densidade populacional é muito alta, por isso é difícil encontrar espaço para a criação de estações de monitorização e agora com as políticas favoráveis com a província de Guangdong, conseguimos construir uma estação de monitorização conjunta na Zona de Cooperação [Aprofundada entre Guangdong e Macau]”, respondeu aos deputados o diretor dos SMG, Leong Weng Kun.

O responsável notou que o espaço deverá contribuir para “aumentar a capacidade de prevenção e o conhecimento do público sobre informações meteorológicas”.

Lançada por Pequim, em 2021, a iniciativa da Zona de Cooperação Aprofundada, em Hengqin, faz parte dos trabalhos de integração regional de Macau com o resto do país e abarca uma área de cerca de 106 quilómetros quadrados.

Macau e Zhuhai assinaram em 20 de março o “Projeto de Cooperação Abrangente e Aprofundada no Âmbito de Meteorologia”, para reforçar a cooperação e partilha de equipamento de deteção meteorológica, programas informáticos e partilha de dados, de acordo com um comunicado divulgado pelos SMG nessa altura.

Com a cooperação espera-se também reforçar a “prevenção conjunta de sistemas de alerta de catástrofes meteorológicas, promover a investigação científica e tecnológica e o desenvolvimento da inteligência artificial aplicada à atividade meteorológica”.

Macau costuma ser afetado entre maio e novembro pela passagem de tufões, sendo julho a setembro o período em que se regista maior incidência de tempestades tropicais. Este ano, o território deverá ser afetado por entre cinco a oito tempestades tropicais, anunciaram em março os SMG.

O Tibete e outras áreas no oeste da China são locais onde frequentemente ocorrem terramotos, devido à proximidade do ponto de fricção da placa tectónica asiático-indiana.

No início do ano, um sismo de magnitude 6,8 no Tibete, com epicentro a cerca de 85 quilómetros do monte Evereste, matou mais de uma centena de pessoas, tendo as autoridades registado mais de 500 réplicas.

Na altura, o Presidente chinês, Xi Jinping, apelou para o reforço da “monitorização do terramoto” e o “alerta precoce”.

Mais recentemente, em 28 de março, um terramoto em Myanmar (antiga Birmânia), que causou milhares de vítimas mortais naquele país, foi também sentido na China.






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