Maio bate oitavo recorde de calor seguido
O mês de Maio de 2016 foi o mais quente já medido, globalmente, batendo de forma fulgurante o recorde anterior, datado de 2014. A média global de temperatura do mês passado foi 0,93oC superior à média de Maio registada entre 1951 e 1980, segundo dados divulgados pela NASA.
Segundo o Observatório do Clima, o mês passado é o oitavo seguido a bater recordes globais de temperatura, o que põe 2016 no rumo quase certo de ser o ano mais quente de toda a história desde que as medições com termómetros começaram, em 1880.
E isto numa altura em que os meses mais quentes do ano, os do Verão no hemisfério Norte, ainda não chegaram. Ou seja, muito dificilmente 2016 não será mais quente que 2015, que por sua vez esmagou todos os recordes anteriores.
A média de desvio de temperatura do segundo trimestre de 2016 foi de 1,1oC em relação à média de 1951 a 1980 para o mesmo período. Como esta média já é cerca de 0,3oC superior à do período pré-industrial, provavelmente já estamos a viver, este ano, um aquecimento global próximo a 1,5oC.
Isso não significa necessariamente que o ano terminará com 1,5oC de aquecimento, nem que daqui para a frente o planeta esteja numa marcha inexorável de recordes de temperatura. Dada a extrema variabilidade natural do clima, haverá anos mais quentes e anos mais frios.
O biénio 2015-2016, por exemplo, bateu e está a bater recordes consecutivos porque um El Niño forte se somou à tendência de aquecimento global. O ano que aí vem será, possivelmente, menos quente que 2016, devido à inversão do fenómeno – é ano de La Niña, que ajuda a resfriar o planeta.
No entanto, a aceleração do aquecimento da Terra indica que a estabilização das temperaturas em 1,5oC, como preconizado pela meta indicativa do Acordo de Paris, está em xeque, e que o limiar poderá ser ultrapassado bem antes do final do século.
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