Mais de 257 mil quilómetros de rios estão em risco devido a barragens hidroelétricas



Um novo estudo da Universidade de Cambridge, publicado na revista Global Sustainability, indica que mais de 257 mil quilómetros de rios correm o risco de perder o seu fluxo livre devido às propostas de construção de barragens hidroelétricas. Entre os rios mencionados estão o rio Amazonas, situado na América do Sul, o rio Salween, que se encontra no Sudeste Asiático, e o rio Congo, em África.

De acordo com os autores, as barragens hidroelétricas propostas iriam gerar em conjunto menos de 2% da energia renovável necessária até 2050 para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5ºC. A World Wildlife Fund (WWF) considera esta “uma contribuição pequena” que terá “consequências potencialmente devastadoras para os rios de fluxo livre que restam, e para as pessoas e animais selvagens que dependem deles”.

“Quando se trata de saúde fluvial, mudança climática e perda de biodiversidade, não podemos mais dar-nos ao luxo de pensar nisso como questões separadas” afirma em comunicado Michele Thieme, cientista que pertence à equipa da WWF e principal autora do estudo. “Os rios são agentes poderosos para manter a vida selvagem e as comunidades saudáveis, especialmente num clima quente, mas a sua capacidade de sustentar a vida está ameaçada por barragens hidroelétricas em muitas partes do mundo. As melhores soluções políticas serão aquelas que equilibram as necessidades de energia renovável com muitos benefícios de ecossistemas de água doce prósperos”, explica.

Em conclusão, o estudo indica algumas soluções a implementar pelos governos, que respeitam os rios, a natureza e as metas climáticas:

  • A prevenção – evitando a fragmentação dos rios, instituindo proteções formais de rios ou explorando opções de desenvolvimento alternativas, como por exemplo as energias solar e eólica;
  • A minimização dos impactos – colocando barragens em locais com menos impactos sobre as pessoas e a natureza ou utilizando tecnologias que permitem que a água se mova através das barragens de uma forma natural;
  • A restauração dos rios – removendo as barragens;
  • A compensação – compensando os impactos negativos das barragens, protegendo outros rios de fluxo livre;

“O futuro é renovável, por isso é importante que apresentemos soluções realistas que levem em consideração os vastos benefícios dos rios de fluxo livre, mas também a necessidade das pessoas por energia limpa num clima que está a aquecer”, conclui a especialista.





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