Mais de 80% da eletricidade produzida em Portugal teve origem em fontes renováveis

O Boletim Eletricidade Renovável elaborado pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) destaca que, no mês de fevereiro a eletricidade gerada a partir de fontes renováveis representou 81,2% da produção total de 4 309 GWh em Portugal Continental. “Este valor reflete a maturidade do contributo das tecnologias hídrica e eólica, a par de um contributo crescente da tecnologia solar, em linha com os registos de janeiro de 2025”, sublinha a APREN em comunicado.
Segundo a mesma fonte, no contexto europeu, entre dia 1 de janeiro e 28 de fevereiro de 2025, Portugal manteve-se como o terceiro país com maior incorporação renovável na geração de eletricidade de entre os mercados analisados, com 79,9%, ficando apenas atrás da Noruega (96,6%) e da Dinamarca (81,3%).
Portugal registou, ainda, de entre os mercados europeus analisados, o preço mínimo horário de eletricidade em mercado grossista mais baixo a nível europeu, juntamente com Espanha, refletindo o impacto positivo da elevada incorporação renovável na competitividade do mercado elétrico nacional e ibérico. Ao longo do mês, as renováveis proporcionaram uma poupança média na casa dos 140,4 €/MWh e uma poupança acumulada na casa dos 1 300 milhões de euros.
A análise detalhada da APREN mostra ainda que a tecnologia hídrica liderou no mês de fevereiro, representando 47,6% da eletricidade produzida no país – estando as albufeiras das barragens portuguesas com um armazenamento de 75% -, logo seguida pela eólica, com 21%. Já a energia solar totalizou 7,7 %, perto dos 5% da Bioenergia. No total, durante o mês de fevereiro, foram registadas 139 horas não consecutivas, o equivalente a cerca de 6 dias, em que a geração renovável foi suficiente para suprir o consumo de eletricidade de Portugal Continental.
Para Pedro Amaral Jorge, CEO da APREN, “81,2% da eletricidade produzida em fevereiro teve origem em fontes renováveis, com a energia hídrica a representar cerca de metade deste valor. A produção de eletricidade renovável em Portugal evitou, nos primeiros dois meses do ano, gastos de mais de 200 milhões de euros em importações de gás natural e mais de 300 milhões de euros em eletricidade importada. Estes dados reforçam o impacto significativo das renováveis e evidenciam o seu papel na diminuição dos custos da eletricidade, reforçando a urgência de ajustar o modelo de mercado à nova realidade energética e garantindo que todos os benefícios económicos da produção de energia limpa sejam plenamente aproveitados.”
A produção de eletricidade renovável em Portugal evitou, entre janeiro e fevereiro de 2025, custos significativos com importação de gás natural e eletricidade, bem como emissões de CO₂ e respetivas licenças. Sem as renováveis, o país teria gastado mais 207 milhões de euros em gás natural e 320 milhões em eletricidade importada.
Além disso, foram evitadas 1,8 MtCO₂eq de emissões de CO₂, traduzindo-se numa poupança de 119 milhões de euros em licenças de emissão. Dados que reforçam o papel estratégico das energias renováveis na redução da dependência energética e na mitigação do impacto ambiental.
A APREN salienta os resultados positivos da produção de eletricidade renovável em Portugal Continental, que evidenciam o esforço e o compromisso do setor com a transição energética e o seu trabalho na diminuição dos efeitos das alterações climáticas. A transição energética e o cumprimento das metas climáticas dependem de um compromisso sólido na valorização e expansão das energias renováveis em Portugal.
O boletim completo encontra-se disponível no seguinte link.