Marinha Grande pede ajuda ao Governo para instalar Museu Nacional da Floresta no concelho
O presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, pediu ontem ao presidente da Assembleia da República e a membros do Governo para ajudarem a concretizar a ambição de instalar no concelho o Museu Nacional da Floresta.
“Excelentíssimo presidente [da Assembleia da República], digníssimos membros do Governo, são mais de 150 anos de promessas, ajudem-nos a concretizar este sonho para a floresta em Portugal e em particular para os marinhenses”, solicitou.
Durante a cerimónia de homenagem ao Pinhal do Rei, Aurélio Ferreira sublinhou que esta é “uma muito antiga e justa ambição” da Marinha Grande, que se assume “como berço da técnica e gestão da floresta nacional”.
“Após o incêndio de 2017, o empenho na instalação do Museu Nacional da Floresta torna-se uma ambição ainda maior para o concelho. O contexto atual das alterações climáticas, associado à desflorestação e aos incêndios, atribuem, hoje, à materialização do Museu, uma importância acrescida, para o público em geral, para a região e para o país”, alegou.
O autarca recordou que em 1999 a Assembleia da República criou, pela Lei 108/99, o Museu Nacional da Floresta na Marinha Grande. No entanto, a primeira referência à sua implementação data de 07 de novembro de 1872, onde o então Administrador Geral das Mattas do Reino, Ernesto de Faria, determinou a criação do Museu Florestal, na Marinha Grande.
De acordo com Aurélio Ferreira, o Museu Nacional da Floresta na Marinha Grande tem como espaço destinado à sua localização o Parque do Engenho, recentemente integrado no Turismo Fundos – SGOIC, SA., enquanto entidade gestora do Fundo Revive Natureza.
“O Município tem encetado diligências junto desta entidade, com o objetivo de garantir a instalação do Museu Nacional da Floresta naquele local. Criámos um comité consultivo, com ilustres arquitetos, para apresentar uma solução para o Parque do Engenho, que ajuste os espaços para o Museu Nacional da Floresta e deixe ao Turismo de Fundos outros espaços”, explicou.
Ao longo da sua intervenção, o presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande apontou a necessidade de haver “um compromisso efetivo deste Fundo e a intervenção do Governo para a real concretização deste projeto”.
“Aliás, pelo decreto, está já salvaguardado que constitui património do Museu o espólio que atualmente está confiado à guarda das direções regionais de agricultura e dos serviços regionais da Direcção-Geral das Florestas. Também o ICNF já manifestou intenção em disponibilizar o seu riquíssimo espólio a integrar neste futuro equipamento cultural”, sustentou.
Já o presidente da Assembleia da República, Aguiar-Branco, disse na cerimónia que é necessário ter “engenho para ver como vai haver cabimento orçamental para o Museu da Floresta”.
“Temos de estar à altura do nosso engenho para encontrar esse cabimento, até porque julgava eu que a promessa do Aeroporto de Lisboa era a mais antiga que o país tinha e chegamos agora à conclusão que é o Museu da Floresta”, apontou.
No final da cerimónia, o secretário de Estado da Agricultura, João Moura, considerou que a instalação deste museu na Marinha Grande “faz todo o sentido”.
“Perpetuar num espaço museológico que possa contribuir para que os portugueses, e também os estrangeiros que nos visitam, tenham um conhecimento histórico e integral daquilo que se passou aqui, e da importância que isto tem para o nosso território nacional, parece-me fundamental”, sustentou.