Ministros do Ambiente da UE pedem aceleração da transição ecológica



O Conselho informal de ministros do Ambiente da União Europeia (UE), na Dinamarca, apelou hoje à aceleração da transição ecológica na Europa, para cumprir os objetivos climáticos e melhorar a resiliência dos Estados membros.

“Uma UE mais segura e competitiva está ligada a uma política ambiental mais forte, por isso precisamos de acelerar a nossa transição ecológica para termos sociedades resilientes”, afirmou o ministro dinamarquês do Ambiente e da Igualdade do Género, Magnus Heunicke, no final da reunião ministerial, que decorreu na cidade dinamarquesa de Aalborg entre quinta-feira e hoje.

A reunião informal, na qual participou o secretário de Estado português do Ambiente, João Manuel Esteves, analisou os progressos realizados até à data na UE na luta contra as alterações climáticas e debateu a política ambiental da UE a curto e médio prazo.

Na quinta-feira os ministros debateram as prioridades políticas em matéria de clima que devem ser refletidas no Conselho Europeu da UE em outubro, antes da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas 2025 (COP30), a realizar em novembro na cidade brasileira de Belém.

A segunda sessão serviu para discutir, pela primeira vez a nível ministerial, o objetivo climático da UE para 2040, que exige uma redução de 90% das emissões de dióxido de carbono (CO2) em relação a 1990 para garantir uma Europa descarbonizada.

“Temos falado sobre o que temos de fazer nos próximos anos, porque nenhum país atingiu os objetivos ambientais ambiciosos, por isso temos de trabalhar em conjunto”, afirmou Magnus Heunicke, cujo país detém a presidência rotativa da UE.

O ministro dinamarquês do Clima e da Energia, Lars Aagaard, afirmou que é urgente começar a discutir os objetivos climáticos europeus além de 2030, para que a UE possa criar um quadro político adequado que responda de forma equilibrada às ambições futuras.

A Europa já demonstrou, disse, que é capaz de reduzir de forma constante as suas emissões de gases com efeito de estufa e os Estados-Membros estão no bom caminho para cumprir os seus objetivos nacionais.

Mas advertiu que, globalmente, não se está a ir no bom caminho para cumprir o objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais.

“O mundo precisa de fazer mais para manter vivos os objetivos do Acordo de Paris e esta é a nossa oportunidade de aumentar a pressão sobre o resto do mundo, para garantir que todos os países fazem o que devem”, afirmou Lars Aagaard.

O ministro considerou que as políticas de descarbonização, corretamente geridas, podem ser “ferramentas poderosas” para aumentar o crescimento e reforçar a resiliência e a autonomia estratégica da Europa.

E recordou que há um acordo geral entre os Estados membros sobre a necessidade de criar uma ligação mais forte entre a luta contra as alterações climáticas e a proteção das indústrias e da competitividade europeias.

O Comissário Europeu para a Ação Climática, Wopke Hoekstra, afirmou que a UE vai continuar a fazer a sua parte para reduzir as emissões e ajudar outros países a fazer o mesmo, mas insistiu que é muito importante que o resto do mundo participe.

“A Europa é apenas responsável por 6% das emissões globais e devemos assegurar-nos de que também se reduza muito mais rapidamente os 94% restantes”, afirmou Wopke Hoekstra.

Relativamente aos objetivos a longo prazo da Europa, Wopke Hoekstra afirmou que “faz sentido” visar uma redução de 90% das emissões de CO2 até 2040, mas “com alguma flexibilidade”.

“No centro das nossas políticas deve estar a garantia de que a descarbonização é uma estratégia para a competitividade e para o clima, mas também para a nossa independência energética”, afirmou.






Notícias relacionadas



Comentários
Loading...