Miranda do Corvo quer seguir Montalegre e desligar parte da iluminação pública
A Câmara de Miranda do Corvo pondera desligar a iluminação pública de algumas ruas do concelho para poupar energia. O desejo foi anunciado ontem pela presidente do município, Fátima Ramos, e citado pela Agência Lusa.
Caso se confirme, Miranda do Corvo será a segunda autarquia portuguesa a optar por este sistema para poupar energia – e poupar na factura mensal. Aliás, terá sido este último o factor impulsionador desta proposta autárquica.
“[No futuro, o executivo pode mandar ] diminuir ou desligar a iluminação pública em determinadas ruas, a partir de uma certa hora”, [numa medida de racionalização do consumo de energia]”, revelou Fátima Ramos.
Esta iniciativa não é nova em Portugal. Recorde-se que, no final de Julho, a Câmara Municipal de Montalegre mandou desligar 600 candeeiros de iluminação pública só na vila de Montalegre. O objectivo da medida foi economizar entre 10 a 20% da factura energética.
Neste caso, o critério foi desligar, de forma alternada, os candeeiros nas zonas habitacionais. Fora desta, por outro lado, ficaram apenas luzes de presença.
“A luz é suficiente e as pessoas aceitarem com naturalidade este corte. Em alguns casos até havia exagero de luz”, adiantou na altura Fernando Rodrigues, presidente da Câmara de Montalegre.
Mais: depois da vila, o objectivo da câmara de Montalegre era chegar às aldeias, embora aqui os cortes sejam menores.
Voltando a Miranda do Corvo, e de acordo com Fátima Ramos, esta situação é normal em vários países. “Esta situação já acontece em países mais ricos que Portugal. A factura da energia é cada vez mais elevada e é preciso racionalizar os consumos”, afirmou.
Este processo ainda está no início, mas algumas questões se colocam: a implementar-se esta medida, estamos perante uma nova política de sustentabilidade, ligada a uma visão estratégica de futuro, ou apenas retórica autárquica?
E não haveria outra solução, que permitisse poupar na factura da energia mas que evitasse o desligamento da iluminação pública?
E, caso Miranda do Corvo desligue mesmo parte da iluminação pública, a exemplo de Montalegre, haverá algum outro concelho que se seguirá?
Para fim de artigo, deixamos também um apelo – e questão – aos nossos leitores. Conhecem algum exemplo de localidade que tenha recorrido ao desligamento da iluminação pública?