Moçambique forma 22 mulheres jovens para fiscais de floresta e fauna bravia



As autoridades moçambicanas formaram um total de 22 mulheres como fiscais de floresta e fauna bravia, na província de Sofala, centro de Moçambique, o primeiro grande número de jovens formadas de “uma única vez”, foi hoje anunciado.

“Nuca tivemos um número [de mulheres formadas] quanto este”, disse à Lusa Pejul Calenga, diretor-geral da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) de Moçambique.

O diretor-geral esclareceu que existem muitas mulheres formadas pelas autoridades moçambicanas e a trabalhar como fiscais, mas nunca um grupo feminino maior de uma “única vez”, considerando a ação uma “discriminação positiva”, por ser uma iniciativa para mulheres.

O curso, que durou três meses, foi coordenado pela ANAC e promovido pela Akashinga – Moçambique, gestora da Coutada Oficial n.º 5, em parceria com a África Futura Wordlife Restoration, no distrito de Machanga, em Sofala.

O diretor-geral adjunto da ANAC, que dirigiu a cerimónia de graduação, referiu que a iniciativa contribui, “sem dúvida”, para o equilíbrio de oportunidades de emprego e equidade de género no setor e pediu que as novas fiscais sejam exemplo de “integridade e dedicação”, sendo guiadas pelo “amor pela natureza” na missão de proteção da vida selvagem.

“Ser fiscal da biodiversidade não é apenas exercer um a profissão. É assumir um compromisso com a vida selvagem. É estar na linha da frente da defesa dos nossos ecossistemas (…). É agir com ética, coragem e responsabilidade”, disse Severiano Khoy, citado na página do Facebook da administração das áreas de conservação moçambicana.

Para as autoridades do distrito de Machanga, a formação das mulheres é um “passo importante” na promoção da igualdade de género e proteção sustentável da fauna bravia.

Já o gestor do projeto da coutada oficial n.º5, Tiago Lidimba, pediu às 22 mulheres resiliência para se adaptar, colaboração para um sucesso duradouro na conservação, integridade, honestidade, responsabilidade e justiça nas ações “para garantir equidade e inclusão”.

“Esperamos que os ensinamentos que adquiriram ao longo dos três meses de formação não passem por um simples exercício de aprendizagem, mas o começo de uma era para uma fase profissional, onde os vossos valores se identificam pela coragem ao enfrentar as adversidades”, disse Tiago Lidimba, também citado na página da ANAC.

A Administração Nacional das Áreas de Conservação está a contratar 351 guardas-florestais para oito parques e reservas protegidas de Moçambique, incluído 77 para o Parque Nacional de Maputo, elevado a Património Mundial da Humanidade.

Segundo o edital de um concurso lançado em setembro por aquela instituição, o recrutamento envolve ainda 102 vagas para o Parque Nacional do Limpopo, 66 para a Reserva Especial de Niassa, 53 para o Parque Nacional de Mágoè, 20 para o Parque Nacional do Zinave e 19 para o Parque Nacional de Bazaruto.

O recrutamento incluiu ainda cinco vagas para guardas no Parque Nacional de Chimanimani e nove para o Parque Nacional de Banhine, de acordo com o mesmo edital.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, na sigla em inglês) inscreveu em 13 de julho deste ano o Parque Nacional de Maputo – que vai ser reforçado com 20 guardas e 57 fiscais neste concurso – na lista do Património Mundial da Humanidade.

A inscrição foi adotada durante a 47.ª reunião da organização, que decorreu em Paris, com a UNESCO a destacar que o parque “inclui ecossistemas terrestres, costeiros e marinhos, e abriga quase cinco mil espécies”.

Moçambique possui 14 importantes regiões ecológicas, algumas das quais consideradas de importância global.

A Rede Nacional das Áreas de Conservação engloba aproximadamente 26% do território moçambicano e compreende 19 parques e reservas nacionais, 20 coutadas oficiais, e uma variedade de outras categorias de áreas de conservação, cuja monitorização é garantida por estes fiscais.






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