Noruega aprova plano de extracção de cobre no Ártico, ”um dos projetos industriais mais nocivos ao meio ambiente”
A Noruega aprovou um plano para iniciar a extração de cobre no Ártico, uma medida que tem vindo a enfurecer ambientalistas que temem que isso levará à destruição de campos de pastagem de renas e à poluição de fiordes próximos, escreve o ”Independent”, esta quinta.
Os pastores e pescadores indígenos Sami argumentam que o plano irá impulsionar os problemas existentes das alterações climática devido ao derramamento de óleo e caça furtiva que afetam as suas casas e meios de subsistência.
Acredita-se que até 66 milhões de toneladas de minério de cobre estejam subterradas no solo em Kvalsund, em Finnmark, a região mais setentrional da Europa, no interior do Círculo Polar Ártico.
Ambientalistas temem que isso leve a projetos de mineração e perfuração em outros ecossistemas frágeis do Ártico, o que se tornou na mais recente fronteira na busca por esgotamento rápido de reservas minerais e de combustíveis fósseis.
O derretimento do gelo marítimo permitiu que navios fortemente poluidores entrassem em habitats restritos e as nações estejam de olho nos seus preciosos recursos naturais.
“Este é um dos projetos industriais mais nocivos ao meio ambiente na história da Noruega”, disse Silje Ask Lundberg, líder da ONG norueguesa Friends of the Earth. Os ativistas afirmam que dois milhões de toneladas de resíduos de metais pesados serão despejados todos os anos – o equivalente a 17 cargas de camiões por hora – num fiorde que recebe proteção especial para conservar o salmão.
O Ártico está atualmente a aquecer duas vezes mais rápido do que o resto do planeta e as tendências atuais sugerem que a região polar estará livre de gelo durante o verão, até 2050.
A Noruega é o único país da Europa – e um dos únicos cinco no mundo – que permite que as empresas de mineração despejem resíduos sólidos de minas diretamente no mar.