Nova tecnologia para medir as mais ínfimas alterações na forma como a Terra gira



Uma equipa de investigadores neozelandeses e alemães descreve um giroscópio a laser que consegue detetar alterações mínimas na duração de um dia resultantes de alterações na rotação da Terra, com uma precisão de alguns milissegundos ao longo de 4 meses de medições.

A duração de um dia na Terra não é constante. A rotação da Terra é influenciada pela atração combinada do Sol e da Lua, bem como por correntes oceânicas e padrões de circulação do vento que resultam em pequenas alterações na orientação da Terra no espaço.

Tradicionalmente, a medição destes efeitos envolve técnicas complexas que utilizam dados de radiotelescópios espalhados pelo globo ou sinais transmitidos por vários satélites em órbita da Terra.

Ulrich Schreiber e os seus colegas utilizam um giroscópio laser que permite seguir as alterações na duração de um dia. O giroscópio é constituído por uma cavidade laser com 16 metros de comprimento, onde dois feixes de laser viajam em direções opostas.

A interação destes feixes produz padrões de interferência distintos, um fenómeno típico dos feixes laser. À medida que a Terra gira e flutua no espaço, o mesmo acontece com o aparelho, o que faz com que a distância percorrida pela luz em direções opostas no interior da cavidade se torne desigual e afete o padrão de interferência.

Ao monitorizar a interferência ao longo do tempo, os autores conseguiram medir variações na duração do dia de três em três horas com uma precisão de alguns milissegundos ao longo de quatro meses. Isto contrasta com as técnicas existentes que apenas fornecem uma única medição por dia.

Os autores sugerem que os seus resultados oferecem um método alternativo para medir variações subtis na duração do dia. Os resultados podem ajudar a compreender e informar os modelos geofísicos dos fenómenos de transporte global.





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