Novo festival literário de Tondela faz homenagem à Serra do Caramulo



Obras literárias dedicadas às serras serão o ponto de partida de um novo festival literário que vai surgir em fevereiro de 2024, em Tondela, e com o qual a autarquia pretende homenagear o Caramulo.

A primeira edição do festival “Montanha Literária”, que foi hoje anunciada, irá realizar-se de 09 a 11 de fevereiro de 2024.

“Este festival deseja partir de clássicos da literatura mundial que versaram a montanha como tema comum”, nomeadamente “Os Contos da Montanha”, de Miguel Torga, “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann, e “Os Gigantes da Montanha”, de Luigi Pirandello, explicou o vice-presidente da Câmara Municipal de Tondela, João Carlos Figueiredo.

De acordo com João Carlos Figueiredo, que tem os pelouros da Cultura e da Educação, o novo festival quer “diferenciar-se, sem estigmatizar”, dos restantes festivais congéneres existentes no país, “criando uma ideia inovadora”.

“A realização de um festival literário pretende constituir-se como um estímulo e alento aos seus participantes, visando uma oportunidade de acesso a bens culturais e conhecimento, tendo como objetivo principal o entretenimento e gosto pela leitura”, considerou, acrescentando que o festival “Montanha Literária” quer também proporcionar “um momento de conhecimento deste vasto e dinâmico território”.

O vice-presidente da autarquia frisou que o tema da montanha é transversal à cidade de Tondela e a toda a região.

“A cidade e o vale em todo o seu concelho que olha o Caramulo, esse mito de gigantes que pode ser uma companhia de teatro ao jeito de Pirandello e dos pássaros, elefantes e polegares que constroem os artífices do teatro local parte desta identidade, mas também os contos de Torga que são a ruralidade e a riqueza brutal”, referiu.

João Carlos Figueiredo realçou a “montanha mágica de Thomas Mann, no ponto coincidente de um herói que se estabelece nos Alpes suíços e ali fica num sanatório com o irmão”.

“Esse gigante adormecido da história que é o Caramulo e esses vultos que são os sanatórios que cruzam a literatura mundial e a importância de um vale e de uma região que cada vez mais merece ser (re)descoberta”, defendeu.

No primeiro dos três dias do festival “Montanha Literária” – cujo programa final será brevemente anunciado – haverá oficinas de escrita nas quatro escolas do segundo e terceiro ciclos do ensino básico. O objetivo é o de que, a partir dos clássicos revisitados, sejam construídos textos para incluir num livro digital.

Nos outros dois dias, os trabalhos decorrerão no Caramulo, onde dois escritores convidados irão refletir sobre aquela serra.

Segundo a autarquia, “alunos e escritores escreverão e pensarão a montanha, criando uma linha de pensamento própria é única, que reúne os clássicos da literatura mundial e textos inéditos sobre o território”, de forma a deixar “um legado único que se pretende seja vinculado e enriquecido ano após ano”.





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