Nuvens de gás à volta de núcleos de galáxias dão novas pistas sobre formação do universo



Uma equipa de investigadores internacional, na qual se inclui um especialista português, acredita ter descoberto algo que põe em causa alguns postulados científicos. As antigas galáxias, descobriram agora, não se formaram como se supunha.

Ricardo Reis, um dos responsáveis pela comunicação do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) do Porto, confirmou à Lusa que uma descoberta recente está a pôr em causa as teorias actuais do universo primordial.

A equipa internacional que o Instituto do Porto integra descobriu em 19 núcleos activos de galáxias muito distantes – que albergam no seu centro buracos negros supermassivos que consomem material como estrelas e gás a taxas extremamente elevadas – enormes halos em seu redor, que se estendem até 300 mil anos-luz do seu centro.

Como estatisticamente seria de esperar que apenas dois destes núcleos – chamados quasares – os tivessem, a equipa de investigadores ficou muito surpreendida: “Antes deste estudo, pensávamos que muito poucos quasares teriam este gás frio em redor, mas agora concluímos que todos têm enormes quantidades, que não aqueceu ou foi destruído pela actividade do próprio quasar”, referiu Ricardo Reis.

O fato de estes halos de gás terem aproximadamente 10 mil graus celsius, quando se esperava que tivessem mais de um milhão de graus, está em desacordo com os actuais modelos de formação e evolução de galáxias, algo que estudos posteriores vão ter de explicar.

Os 19 quasares observados encontram-se a cerca de 12 mil milhões de anos-luz de distância, o que quer dizer que estão a ser examinados na forma que ostentavam quando o universo tinha pouco menos de dois mil milhões de anos (actualmente calcula-se que tenha 13,8 mil milhões de anos).

Foto: via Creative Commons 





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