OCDE alerta para ingestão de baterias de lítio por parte das crianças
Todos os anos, 3.500 crianças norte-americanas ingerem acidentalmente pequenas baterias de lítio – aquelas que se parecem com um botão. Usadas em diversos aparelhos electrónicos, como controlos de TV, relógios, calculadores, leitores de MP3, roupas infantis com luzes pisca-pisca ou até em brinquedos, elas estão em todo o lado e acabam por ser uma arma letal para os mais novos.
Para alertar para este problema, a Rede Consumo Seguro e Saúde das Américas e a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) lançaram uma campanha global, que se iniciou na segunda quinzena de Junho.
Engolir estas baterias causa lesões gravíssimas e permanentes, de acordo com os especialistas. Uma criança morreu recentemente na Austrália, país onde há quatro casos de ingestão acidental de baterias por semana.
Na verdade, 50% das crianças que ingeriram estas baterias acabaram por morrer. “Muitos pais desconhecem o risco que essas baterias representam para as crianças. Paralelamente, fazemos um alerta à classe médica, em função da dificuldade no diagnóstico em caso de acidente”, explicou ao Planeta Sustentável o assessor da Avaliação da Conformidade do Inmetro, Paulo Coscarelli.
Os sintomas apresentados pelas crianças são a febre e dor de estômago, que podem facilmente ser confundidos com viroses, constipações ou alergias”, continuou.
Segundo a ONG Criança Segura, as pequenas baterias podem alojar-se na garganta da criança e desencadear uma corrente eléctrica causada pela saliva. A reacção química provoca queimaduras no esófago em menos de duas horas. As queimaduras podem agravar-se mesmo depois da remoção da bateria.
A ONG Criança Segura sugere, assim, as seguintes medidas de segurança.
1.Deixe equipamentos com baterias de botão fora de alcance quando o compartimento da bateria não for seguro;
2.Se a criança engolir a bateria botão, procure imediatamente atendimento médicode emergência. Não a deixe comer ou beber e não estimule o vómito;
3.Os sintomas podem ser similares aos de outras doenças, como tosse e desconforto. Como as crianças conseguem respirar normalmente, o diagnóstico pode ser difícil.