ONU apela à redução do número de funcionários na COP30 por causa de falta de alojamento



A Organização das Nações Unidas (ONU) quer reduzir o máximo possível o número dos seus funcionários na cimeira global do clima (COP30), que acontece em novembro no Brasil, devido a “constrangimentos” na oferta de alojamento.

Numa mensagem publicada no portal online da agência climática da ONU (a UNFCCC, na sigla em inglês), Simon Stiell escreve que, devido aos “constrangimentos de capacidade” em Belém, cidade onde se realizará a conferência, “gostaria de pedir encarecidamente aos chefes do sistema das Nações Unidas, agências especializadas e outras organizações relevantes que revejam o tamanho das suas delegações na COP30 e reduzam os números onde possível”.

A falta de alojamento e os preços elevados têm sido um dos grandes focos da preparação da cimeira climática, sendo que o governo brasileiro tem estado a tentar que todos os países e organizações possam participar no encontro, nomeadamente através de subsídios que ajudem a mitigar os custos das delegações participantes com o alojamento e até com a criação de acomodações alternativas, como cabines em cruzeiros atracados ao largo de Belém.

No mês passado, numa reunião entre representantes dos Estados-membros e oficiais da ONU, a organização pediu ao Brasil para subsidiar os custos de alojamento para as delegações governamentais, de forma que os participantes de países mais pobres pagassem 100 dólares por dia e os de países mais ricos entre 400 e 500 dólares.

Contudo, e segundo um resumo desse encontro, o governo de Lula da Silva disse estar já a suportar um grande custo como anfitrião da COP30 e não tem capacidade para mais apoios.

A crise do alojamento poderá fazer com que esta seja a cimeira climática da ONU menos participada e menos inclusiva, alertam alguns observadores, especialmente de países menos industrializados. No início de agosto, o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, disse ter sido informado que alguns países africanos estavam a pedir que a cimeira fosse mudada para outra localização devido aos preços elevados do alojamento em Belém.

Segundo o responsável, os preços de hotéis e outras acomodações na cidade amazónica estavam dez vezes mais caros do que habitual. “Os hotéis talvez não estejam a perceber a crise que estão a provocar”, afirmou, na altura, o diplomata.






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