Organizações da WWF apelam a gestão ibérica da bacia do rio Tejo



A bacia do rio Tejo estende-se por mais de 80.000 quilómetros quadrados, dos quais 60% estão em Espanha e 40% em Portugal. Apesar de ambos os países dividirem este rio, não existe um planeamento e gestão da água coordenada entre os dois.

No webinar “Desafios e Oportunidades na gestão ibérica da bacia do Tejo”, realizado no âmbito do projeto Reconnecting Iberian Rivers, a Associação Natureza Portugal (ANP|WWF) e a WWF Espanha apelaram a uma gestão ibérica dos recursos hídricos, para garantir a quantidade e qualidade da água adequadas aos objetivos ambientais dos dois países, de acordo com a Diretiva-Quadro da Água Europeia.

“É urgente melhorar a gestão da água do rio Tejo entre Portugal e Espanha. Estamos no momento certo para o fazer, uma vez que estamos a iniciar um novo ciclo de Planos de Bacia, que devem garantir que todas as águas europeias atinjam um bom estado até 2027. Ao adotar uma abordagem direta e colaborativa, envolvendo a sociedade civil e as autoridades de ambos os países, podemos melhorar a gestão ibérica da bacia do Tejo”, afirmou Afonso do Ó, especialista em água e clima da ANP|WWF.

Ambas as organizações preconizam que o consumo de água, em particular o associado à expansão dos regadios intensivos que também são os maiores contaminadores, seja limitado em sistemas ou sub-bacias que já sofrem de escassez – a melhor forma de reduzir o risco associado à variabilidade climática que caracteriza este território. Defendem também a necessidade de ambos os países reverem o regime de caudais da Convenção de Albufeira, de modo a garantir caudais ecológicos efetivos que contribuam para o bom estado de todas as massas de água da bacia do Tejo.

“Portugal e Espanha partilham a responsabilidade e obrigação de melhorar este acordo de gestão partilhada da água, bem como de otimizar todos os aspetos que afetam diretamente a qualidade da água e o regime de caudais, bem como fazer cumprir os acordos bilaterais na gestão quotidiana das utilizações de ambos os lados da fronteira”, referiu ainda Rafael Seiz, especialista do programa de água da WWF Espanha.





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