Os polvos estão a tomar conta dos oceanos (sem se saber ao certo porquê)
Desde os anos 50 do século passado que a população de cefalópodes (polvos, lulas e chocos) tem vindo a crescer drasticamente nos Oceanos globais, avança um estudo publicado no jornal Current Biology, e ninguém – ou melhor, nenhum cientista – sabe ao certo porquê.
Desenvolvido por um grupo de investigadores da Universidade de Adelaide, o estudo acaba por afirmar que uma mistura entre efeitos das alterações climáticas, sobrepesca e acidificação do Oceano tem causado o aumento do número de muitas espécies de peixes e crustáceos.
Ainda assim, os cientistas arriscaram uma explicação: o que está a causar a proliferação destas criaturas tentaculares é o facto de os humanos estarem a caçar muitos dos predadores que, normalmente, competem com os crustáceos pelo mesmo tipo de alimentos. Por outro lado, estas criaturas também estarão melhor equipadas para lidar com o aumento das temperaturas do mar que outros animais marinhos.
“Os cefalópodes podem expandir-se rapidamente – são chamados as ervas daninhas do mar. Se as condições ambientais forem boas, eles podem rapidamente explorá-las, uma vez que crescem de forma muito rápida”, explicou um autor principal do estudo, Zoe Doubleday, ao Gizmodo.
Infelizmente, estas não são boas notícias para as espécies envolvidas neste processo. Os investigadores avisaram que se o número de cefalópodes for demasiado alto, os animais podem ser forçados a recorrer ao canibalismo devido à falta de alimentos. E à medida que eles tomam conta de porções cada vez maiores do ecossistema marinho, eles podem também ser armazenados em grandes números e tornarem-se numa parte cada vez mais importante da dieta humana. Pelas piores razões, porém.
Foto: Jim Boon / flickr