Pano para Mangas: Portugal na linha da frente da etiqueta do futuro



O Citeve já estava a testar uma “espécie” de passaporte digital quando a Europa anunciou a sua obrigatoriedade. São boas notícias para o setor.

“Pano para Mangas” é uma conversa da Green savers sobre o setor têxtil e os desafios que enfrenta. Serão quatro episódios recheados de insights de informação relevante de como as empresas e o consumidor se deverão adaptar aos novos tempos. Afinal, os nossos armários são o maior aterro de roupa!

 

Veja aqui o primeiro episódio:

O Citeve, centro dedicado ao setor têxtil já estava a testar um protótipo da etiqueta do futuro desde 2020 — por consideraram que as atuais não davam praticamente nenhuma informação ao nível da sustentabilidade ao consumidor no ato da compra, quando a União Europeia decidiu avançar com o passaporte digital para os têxteis. “Percebemos que o futuro passaria por ter uma etiqueta digital para incluir tudo o que pretendíamos informar, sob pena de outra forma serem precisos metros e metros de etiqueta”, diz Braz Costa, diretor geral do Citeve, afinal quanto maior esta for mais probabilidade tem de ser cortada. Haverão mais de 120 parâmetros a ser incluídos.

Porém, a boa notícia é que a nível europeu Portugal está na dianteira. Braz Costa afiança que não será um encargo para as empresas do setor, uma vez que pode ser, por exemplo gerado um QR Code, “algo muito acessível para as empresas que dominam a estamparia”. Depois, a nível tecnológico foram à banca buscar a tecnologia utilizada nas criptomoedas. “Já está testada e é segura”, garante, admitindo, contudo que o problema está em “conseguir reunir a informação e assegurar que esta é verdadeira”. Até porque a europa importa 70% dos têxteis que consume e “temos de garantir, até por uma questão de equidade e de paridade, que a informação que vem com os produtos importados é de facto fidedigna”.

O diretor geral do Citeve, afirma ainda que acredita que os consumidores irão estar atentos à origem dos produtos. “Porque há uma consciência ecológica, principalmente nas gerações mais jovens”, mas “se uma peça sustentável custar mais 50% do que outra menos sustentável, a carne é fraca e pode-se ceder ao produto mais barato!” No entanto, a promessa da União Europeia de que as regras serão apertadas para todos – desde que os produtos sejam vendidos no espaço único, então os preços serão mais nivelados. Para Luís Cristino, co-fundador da Plataforma Sustentável OMA e presidente da Academia do Têxtil não se pode exigir responsabilidade ao consumidor no ato da compra se não lhe for dada informação sobre o que está a comprar. “Até há pouco tempo entravamos uma loja e tudo o que era algodão orgânico era bom. Isso não é verdade. Até porque não há algodão orgânico suficiente para a publicidade que anda a ser feita”.

 





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