Património natural: ecossistema marinho das Ilhas Selvagens está saudável



O ecossistema marinho das Ilhas Selvagens, no arquipélago da Madeira, foi estudado pela National Geographic no âmbito do seu programa Pristine Seas, com o objectivo de informar sobre o estado de equilíbrio dos seus ecossistemas marinhos, o qual foi observado como saudável.

A expedição, realizada em 29 locais, ao longo de 150 horas de mergulho científico, identificou mais de 47 grupos de algas, 51 espécies de peixes de 28 famílias – entre as quais várias espécies comerciais como garoupas, barracudas, lírios e xaréus – e 24 grupos de peixes de profundidade pertencentes a 17 famílias. Estes grupos foram identificados por câmaras remotas, que filmaram entre os 164 e 2.294 metros de profundidade, colocadas em 12 locais diferentes das Selvagens.

O estudo avança com a identificação de uma cobertura de 8% de ouriços-do-mar que, em grandes quantidades, podem ser indicadores de desequilíbrios nos ecossistemas como resultado de uma extensa actividade pesqueira.

A reserva actual em torno das ilhas estende-se apenas até aos 200 metros de profundidade. E apesar de proteger muitas espécies costeiras, a pequena dimensão da reserva não permite proteger muitas espécies oceânicas, como aves marinhas, mamíferos marinhos e grandes peixes pelágicos que dependem deste ecossistema.

No entanto, as câmaras pelágicas revelaram a existência várias espécies protegidas, como a baleia-de-Bryde (Balaenoptera brydei), o golfinho-pintado-do-Atlântico (Stenella frontalis), bem como a tartaruga-comum (Caretta caretta). As lhas Selvagens são extremamente importantes para os adultos e juvenis de espécies com valor comercial, como o dourado (Coryphaena equiselis), os juvenis de espadim-azul (Makaira nigricans), o carapau (Trachurus trachurus) e várias espécies de xaréus.

O programa “Pristine Seas” é um programa da National Geographic que explora os últimos ecossistemas pristinos e selvagens dos oceanos para os proteger, conservando assim a riqueza e o equilíbrio dos habitats marinhos. Com as expedições aos locais mais remotos do oceano já contribuiu para a proteção de três milhões de quilómetros quadrados de área marinha. As Ilhas Selvagens, no arquipélago da Madeira, foram o mais recente ecossistema marinho a ter a atenção do programa.

Foto: Andy Mann / National Geographic





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