Peixes de água doce diminuiram 76% nas últimas décadas



O número de peixes migratórios de água doce no mundo diminuiu cerca de 76 por cento nos últimos 50 anos, segundo um relatório hoje divulgado por várias organizações ambientais.

Na Europa, a queda registada entre 1970 e 2016 atingiu 93%, segundo a Fundação Mundial de Peixes Migratórios e a Sociedade Zoológica de Londres, instituições responsáveis pelo relatório.

O declínio atinge mais os peixes de água doce do que as espécies terrestres e marinhas e deve-se, segundo o relatório ao aumento do número de barragens construídas para satisfazer as necessidades de eletricidade mundiais, que “impedem os peixes de acasalarem e de se alimentarem”, bem como ao excesso de pesca, alterações climáticas e poluição.

Em comunicado, o diretor da Fundação, Arjan Berkhuysen, considera que se trata de “perdas catastróficas” em poucas décadas que terão “consequências devastadoras para as pessoas e a natureza de todo o mundo”.

Defende que se tem que “agir agora, antes que estas espécies importantíssimas desapareçam de vez”.

No relatório, refere-se que “metade das ameaças” aos peixes de água doce estão na “degradação, alteração e perda de habitat” das espécies, zonas húmidas que estão a desaparecer a um ritmo três vezes mais rápido que as florestas”.

A diretora da WWF Portugal, Ângela Morgado, indicou que “peixes como o salmão, a truta e o peixe-gato da Amazónia são essenciais para atender às necessidades de segurança alimentar” e garantir comida para “milhões de pessoas em todo o mundo”.

O diretor da WWF para a água doce, Stuart Orr, defendeu que o mundo precisa de um plano de emergência para recuperar os peixes e toda a biodiversidade daquele meio aquático “para benefício das pessoas e da natureza”.

Um passo nesse sentido seria abdicar dos “milhares de barragens hidroelétricas que estão a ser construídas por todo o mundo” e optar por “alternativas renováveis e verdadeiramente mais sustentáveis”, sugeriu.





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