PepsiCo investe 7,5ME na fábrica do Carregado no primeiro biodigestor no sul da Europa



A PepsiCo vai investir 7,5 milhões de euros num novo biodigestor para transformar os resíduos orgânicos da fábrica do Carregado em biogás, o primeiro da empresa no sul da Europa e cuja construção arranca em abril.

Num comunicado divulgado hoje, a PepsiCo Portugal refere que este investimento “reflete o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a redução de emissões de carbono na sua fábrica de ‘snacks’ no Carregado”.

“Além de conseguir uma redução de 30% nas emissões de carbono da unidade no Carregado, o biodigestor também contribuirá para reduzir o consumo de gás, permitindo à instalação utilizar o biogás produzido durante o processo de digestão anaeróbia (processo biológico em que o material, na ausência de oxigénio, através da ação de um grupo de bactérias orgânicas específicas, é decomposto em produtos gasosos ou ‘biogás), afirma.

Segundo explica, “este é um processo utilizado como fonte de energia renovável, onde o biogás é utilizado diretamente como combustível nas várias fases da produção, assim como para a higienização das linhas de produção e aquecimento das águas sanitárias dos balneários e refeitório”.

O novo biodigestor utilizará as lamas produzidas na estação de tratamento de águas residuais da fábrica e as cascas de batata, assim como outros resíduos alimentares impróprios para consumo, que são pré-tratados e convertidos num composto orgânico limpo que é, depois, transformado em biogás através de um processo anaeróbico.

De forma a poder ser um substituto direto do gás natural, o biogás é previamente pré-tratado numa estação de purificação, que o converte em biometano.

Citado no comunicado, o ‘country manager’ da PepsiCo em Portugal, Fernando Moraga, afirma: “Temos orgulho de arrancar o ano com o anúncio deste projeto pioneiro no sul da Europa, que é um grande passo no processo de transformação rumo a uma cadeia de valor positiva. Com o novo biodigestor passaremos a operar mais eficientemente com o planeta através da criação de soluções de energia alternativa”.

Segundo avança a empresa, o novo biodigestor começará a ser construído num local separado junto à fábrica a partir do segundo trimestre de 2023, ocupando uma área total de 420 metros quadrados.

“O novo biodigestor terá a capacidade de converter mais de 21.900 toneladas de resíduos orgânicos por ano em 4.818.000 Nm3 [metro cúbico normal] de biometano por ano, o que equivale a uma redução de 30% nas emissões de carbono durante o processo de produção”, detalha, por sua vez, o ‘plant manager’ da PepsiCo em Portugal.

Também citado no comunicado, Nelson Sousa salienta que tal permitirá que aquela unidade de negócio “continue a ser um ‘case study’ [caso de estudo] em termos de nível das boas práticas de sustentabilidade na PepsiCo a nível europeu e, também, um exemplo de circularidade e reconversão ao nível local, uma vez que o projeto prevê a utilização de resíduos de origem externa à fábrica”.

Desde 2012, a fábrica do Carregado tem um sistema de produção de biogás que permite uma redução de 50% no consumo de eletricidade na sua ETAR [Estação de Tratamento de Águas Residuais], tendo também implementado um projeto de reutilização de calor nos fornos utilizados na produção dos Doritos que permite a recuperação de energia desperdiçada da chaminé e a produção de vapor, traduzindo-se numa redução no consumo de gás na fábrica na ordem dos 5%.

Embora recordando que já utilizava eletricidade de fontes sustentáveis em todas as suas instalações em Portugal, a PepsiCo lembra a “grande mudança” anunciada com a assinatura de um acordo de compra de energia (PPA) a partir de 01 de janeiro deste ano.

“Com esta parceria, a PepsiCo irá melhorar a qualidade e a rastreabilidade desta energia e garantir um fornecimento sustentável e competitivo a longo prazo”, refere, salientando que “este acordo contribui ainda para o aumento e consolidação das instalações de energias renováveis em Espanha e Portugal”.

Estes investimentos inserem-se nas metas assumidas pela PepsiCo para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) em mais de 40% até 2030 e alcançar as zero emissões líquidas até 2040, “uma década antes do previsto nos Acordos de Paris”.

Concretamente, a PepsiCo diz planear reduzir as emissões de GEE nas suas operações diretas em 75% e nas suas operações indiretas em 40% até 2030, numa ação que, “em conjunto, deverá contribuir para uma redução de mais de 26 milhões de toneladas de emissões de GEE a nível mundial, o equivalente à remoção de mais de cinco milhões de automóveis da estrada durante um ano”.

A iniciativa faz parte da ‘PepsiCo Positive’ (pep+), a nova estratégia “centrada na sustentabilidade e nas pessoas” através da qual a empresa pretende “acelerar a sua transformação para promover um impacto positivo tanto no planeta como nas pessoas”.

De acordo com a PepsiCo, este novo programa “impulsiona a ação e o progresso através de três pilares chave do seu negócio: agricultura positiva, cadeia de valor positiva e escolhas positivas”.





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