Planetiers World Gathering: A educação como chave da consciencialização e da sustentabilidade



Esta tarde, no evento Planetiers World Gathering, foi discutida a importância da educação na sustentabilidade do futuro. Numa conversa moderada por Fernanda Freitas, foram ouvidos os testemunhos e opiniões de Francis Salema, organizadora do School Strike for Climate Change Portugal, Mikaela Öven, autora de livros sobre educação e fundadora da Academia de Parentalidade Consciente, e Cassia Moraes, fundadora do Youth Climate Leaders Brasil (YCL), rede global que forma os líderes climáticos do futuro.

Entre a opinião mútua de que a educação das novas gerações é a chave da mudança para um futuro mais sustentável, a autora Mikaela Öven afirma que os pais devem mudar o foco e educar os filhos de forma consciente, de acordo com quatro valores muito importantes:

  • Dignidade (igualdade de valores) – demonstrando que todos, inclusive eles mesmos, têm direito a expressar as suas opiniões e as suas emoções;
  • Integridade – devem respeitá-los;
  • Autenticidade- deixá-los ser eles próprios, fugir aos métodos tradicionais de educação;
  • Responsabilidade – Consciencializar para que sejam responsáveis.

“Se o fizermos em casa, eles farão o mesmo no mundo”, sublinha.

Por outro lado, Cassia Moraes, diz que existe esperança e que as mudanças estão a acontecer na nova geração. Cassia dá a conhecer um pouco o seu testemunho enquanto “educadora” de novas gerações na Youth Climate Leaders Brasil (YCL). Destaca assim três pilares essenciais da rede global para formar os ‘profissionais do clima’, as Jornadas da Aprendizagem, na qual ensinam os jovens sobre das alterações climáticas, a Rede Global YCL, na qual são orientados por parceiros e mentores acerca de projetos, e as Oportunidades Concretas, em que participam em eventos e encontram oportunidades profissionais na área das alterações climáticas – uma área do futuro.

Francis Salema esteve também presente para dar o seu testemunho, no qual defendeu que os verdadeiros Planetiers são as comunidades indígenas e que devemos olhar para eles como uma inspiração, porque sempre coexistiram com o Planeta sem o prejudicar. Em simultâneo, alertou para o greenwashing, a estratégia adotada por várias marcas e até políticas governamentais que à primeira vista parecem defender valores sustentáveis e ambientalistas, mas que no fundo não são reais. Explica abertamente dois exemplos relativamente à política, como é o caso de Portugal, que tem o objetivo de ser neutro em carbono em 2050, porém, planeia construir um aeroporto no Montijo perto da Reserva Natural do Estuário do Tejo, e da União Europeia, que tem o objetivo de reduzir as emissões de carbono a 55% em 2030, contudo, tem um acordo Mercosul com a América Latina, que têm um grande impacto no clima. “O sistema político e económico tem de ser repensado”, defende a ambientalista.





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