Plantas com emoções e sentimentos? “Um perfeito disparate” dizem os cientistas
O termo “neurobiologia vegetal” começou a ser utilizado nos anos 2000 para descrever a noção de que alguns aspectos do comportamento das plantas poderiam ser comparados à inteligência dos animais.
Embora as plantas não tenham cérebros, alguns cientistas afirmaram que os sinais eléctricos nos seus caules e nas suas folhas, desencadeiam respostas que sugerem consciência.
Contudo, neste novo artigo publicado na revista científica Trends in Plant Science, os cientistas apelidaram a ideia de “um perfeito disparate”.
Os autores do artigo consideram que a biologia vegetal é muito complexa, mas difere tanto da dos animais que chega a ser inconclusiva.
De acordo com a Mind Brain Behavior Interfaculty Initiative da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, nos animais, a neurobiologia refere-se aos mecanismos biológicos através dos quais o sistema nervoso regula o comportamento.
No início de 2006, alguns cientistas argumentaram que as plantas possuem células semelhantes a neurónios que interagem com hormonas e neurotransmissores, formando “um sistema nervoso vegetal, análogo ao dos animais”, como afirmou o autor principal deste novo estudo, Lincoln Taiz, professor emérito de células moleculares e biologia do desenvolvimento da Universidade da Califórnia.
Esta perspectiva faz sentido se simplificarmos o funcionamento de um cérebro complexo, reduzindo-o a uma série de impulsos eléctricos, uma vez que as células nas plantas também se comunicam através de sinais eléctricos.
Porém, a sinalização numa planta é só superficialmente semelhante aos mil milhões de sinapses de um cérebro animal, que é mais do que “uma massa de células que se comunicam por electricidade“, explica Taiz, acrescentando que “para que a consciência evolua, é necessário um cérebro com um limiar de complexidade e capacidade”.
“Se os animais inferiores, que têm sistemas nervosos, não têm consciência, as probabilidades de as plantas — sem sistemas nervosos — terem consciência são efectivamente nulas“, declara Taiz.