PME portuguesas preocupadas com catástrofes naturais e imprevisibilidade meteorológica
As catástrofes naturais e a imprevisibilidade meteorológica estão entre os riscos que mais preocupam as Pequenas e Médias Empresas (PME) portuguesas, com 13% dos empresários a indicarem esta opção na terceira fase da edição 2014 do Estudo PME: Riscos e Oportunidades, promovido pela Companhia de Seguros Zurich junto de CEO, proprietários, directores-gerais e Financeiros e Chefes de Operações de PME de 19 países.
Face à mesma questão colocada em 2013, o número de empresários que encaram estes riscos como um dos principais para o seu negócio cresceu 5%, colocando este indicador entre os que mais aumentaram.
Os riscos relacionados com catástrofes naturais e imprevisibilidade meteorológica podem relacionar-se com outros dados fornecidos pelo mesmo estudo, que apontam para uma preocupação relativamente a falhas na cadeia de abastecimento, e transportes ou danos nos veículos das empresas (ambos os riscos apontados por 15% dos empresários questionados).
“Podemos confirmar através deste estudo que os empresários portugueses estão mais sensíveis aos riscos provocados por eventos externos relacionados com o clima adverso. Em Portugal, temos tido alguns exemplos nos últimos anos de como este factor pode impactar a vida das pessoas e, por conseguinte, os negócios, pelo que é natural que as PME estejam mais sensíveis a encarar a gestão do risco como um vector fundamental no seu planeamento de negócio. Quanto mais preparados estiverem os empresários menos impacto irão sofrer”, explica em comunicado Artur Lucas, director de desenvolvimento de soluções de mercado da Zurich em Portugal.
Os riscos relacionados com as catástrofes naturais e imprevisibilidade meteorológica cresceram 5% a par dos riscos tecnológicos, que subiram 5%, atingindo agora 7%. Apesar dos empresários se revelarem preocupados com os riscos tecnológicos (falhas na área das TI), o cibercrime mantém-se nos 4%, não sofrendo qualquer alteração face à primeira edição do estudo.
Apesar do peso que as questões climatéricas ganharam, a segunda edição do estudo “PME: Riscos e Oportunidades” indica também que a concorrência e o dumping de preços (31%) e a quebra no consumo e o overstocking (29%) continuam a ser as principais preocupações dos empresários nacionais.
Ainda no âmbito nacional destaca-se a descida acentuada do roubo como um risco para o negócio: de 2013 para 2014, o roubo desceu 10% nas preocupações das PME portuguesas, colocando este indicador nos 22%. Por outro lado, o risco de incêndio subiu 4%, colocando-se agora nos 7%. A corrupção mantém-se sem alterações, nos 8%.
Geografia altera perceção dos riscos
Na maioria dos países da Europa, o maior risco identificado pelas PME é a concorrência e o dumping de preços com impacto nas margens de lucro dos empresários (24% a 43%). A quebra no consumo e o overstocking são outras das principais preocupações para os europeus. O roubo fecha o top 3 dos riscos identificados, apesar deste indicador ter descido nas prioridades neste ano.
Internacionalmente, o cibercrime é um dos riscos percepcionados como menos importantes, apesar desta preocupação ter duplicado desde 2013. Na Malásia, por exemplo, a cibercriminalidade é encarada como o terceiro maior risco pelas PME, enquanto na Turquia é a quarta preocupação.
Por outro lado, as empresas na América do Sul estão, em geral, mais preocupadas com os roubos, com excepção do Brasil que está mais focado nos problemas fiscais e legais (16%), nas falhas na cadeia de abastecimento (18%) e nos incêndios (17%).
No Médio Oriente e em África, as preocupações relativamente às falhas na cadeia de abastecimento em Marrocos (25%) e na Turquia (24%) elevaram a média regional para os 17%, colocando-o cima dos riscos relacionados com a segurança.
Da mesma forma, as preocupações da Ásia-Pacífico sobre catástrofes naturais e meteorologia imprevisível em Hong Kong (28%) e Taiwan (34%) elevaram a média regional para 21%.
A segunda edição do estudo “PME: Riscos e Oportunidades” foi desenvolvida pela Gfk em 19 países através da realização de 3.800 entrevistas telefónicas a CEO, CFO, directores-gerais e chefes de operações no Verão de 2014. Em Portugal foram realizadas 200 entrevistas, a maioria das quais (42%) a CEO das empresas.
Foto: Jamie Grant / Creative Commons