Portugal “claramente falha” na economia circular, diz associação Zero



A associação ambientalista Zero considerou hoje que Portugal “claramente falha na economia circular” e que tem sistemas injustos e desequilibrados de pagamento pelos resíduos produzidos.

O comentário da associação, em comunicado, surge a propósito da quarta revisão de desempenho ambiental de Portugal hoje divulgada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), na qual a organização de 38 países deixa 26 recomendações ao país.

No que considera menos bem em termos de ambiente em Portugal a associação salienta, sobre os recursos hídricos, o problema das captações ilegais de água, bem como a facilidade no licenciamento de novas captações de água em zonas sujeitas a ‘stress’ hídrico e aos insuficientes recursos financeiros e logísticos dedicados à fiscalização.

Na área da biodiversidade, sobre a qual o documento da OCDE alerta para a necessidade de Portugal fazer mais, a Zero alerta que as florestas continuam a estar expostas ao perigo de incêndio e 20% dos terrenos florestais têm proprietários desconhecidos.

Quanto à reforma fiscal verde, que a OCDE sugere que se continue a fazer, a associação diz que esta “ficou muito aquém dos seus objetivos e não conseguiu fomentar uma verdadeira transição com os sinais dados a nível fiscal”.

“Para mais, Portugal mantém e tem até reforçado apoios aos combustíveis fósseis, por exemplo, com os apoios ao uso de combustíveis para fins agrícolas ou o apoio às empresas de transporte de mercadorias”, alerta a associação.

Nos aspetos positivos do documento da OCDE a Zero destaca o aumento das energias renováveis, a redução de emissões de gases com efeito de estufa, o tratamento das águas residuais urbanas e a qualidade da água para consumo humano e do ar.





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