Presidente da Eletricidade dos Açores defende maior investimento na geotermia



O presidente do conselho de administração da empresa de eletricidade dos Açores (EDA), Nuno Pimentel, defende que a região devia apostar mais na geotermia do que em outras energias renováveis.

“Achamos que deveria existir, do ponto de vista político, uma prioridade, estratégica e específica, na geotermia”, insistiu o administrador da elétrica açoriana, ouvido hoje na Comissão de Assuntos Parlamentares, Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a propósito de uma proposta conjunta do PS e do PAN, sobre o regime geral da Ação Climática no arquipélago.

Nuno Pimentel recordou que a geotermia (exploração do calor vindo do interior da terra para a produção de energia), é uma fonte de energia “única nos Açores”, “que não se pode comparar a outras energias renováveis”, uma vez que é “previsível” e de “capacidade disponível”, podendo ser utilizada “sempre” que necessário.

O administrador da EDA lembrou que as energias renováveis ainda implicam um grande “desperdício” na rede pública, que a empresa prevê recuperar, com o investimento que pretende fazer em baterias, para o armazenamento de energia.

“A gente já desperdiça cerca de 27% de energia que as instalações que existem podiam produzir”, advertiu Nuno Pimentel, recordando que isso corresponde a cerca de 30 gigawatts/hora, que a empresa não consegue introduzir na rede, razão pela qual a EDA está a investir “numa combinação entre mais potência instalada, mas com um sistema de baterias”.

No projeto de decreto legislativo regional conjunto, apresentado pelo PS e pelo PAN, os proponentes propõem que a região atinja 70% de produção de energia, a partir de fontes renováveis em 2030, meta que o administrador da elétrica açoriana, diz agora que será difícil de alcançar.

“Estimamos que possamos chegar a 65%, fica muito abaixo dos 70%”, admitiu Nuno Pimentel, adiantando que a meta dos 70% representaria “um degrau adicional” que iria exigir o recurso a “muitas soluções novas”, que estão ainda a ser sondadas pela empresa.

Na mesma audição parlamentar, José Contente, deputado do Partido Socialista, lamentou que a EDA esteja a “rever em baixa” as metas já definidas pela Estratégia Açoriana para a Energia, que apontavam para a possibilidade de, em 2030, a região poder produzir 80% de energia a partir de fontes renováveis.





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