Grifo marcado com emissor GPS no Parque Nacional da Peneda-Gerês
No dia 24 de março foi devolvido à natureza um grifo (Gyps fulvus), no concelho de Melgaço, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, numa atividade organizada pela Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural e pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O “Fronteira”, como foi nomeado, é o primeiro grifo a ser anilhado e equipado com um emissor GPS-GSM neste espaço, integrando agora o projeto Sentinelas – Rede de Monitorização de Ameaças para a Fauna Silvestre da Palombar, financiado pelo Fundo Ambiental e desenvolvido em parceria com a Universidade de Oviedo, em Espanha. Foi anilhado com anilha metálica e outra de PVC vermelha com o código HC, a branco, e equipado com emissor GPS por Luís Pascoal Silva e Vanessa Mata do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos da Universidade do Porto. Por se tratar de um indivíduo juvenil, com comportamento dispersivo, este grifo irá agora explorar o território e será monitorizado de forma continuada pela equipa da Palombar. A monitorização será também essencial para avaliar o sucesso da recuperação e acompanhar a adaptação da ave ao meio natural. Atualmente, não há registos oficiais da existência de grifos a nidificar no Parque Nacional ou da presença de colónias reprodutoras da espécie.
O “Fronteira” tinha sido encontrado debilitado por um criador de gado, tendo sido conduzido para o Centro de Recuperação de Fauna Selvagem do Gerês, onde foi feita a sua reabilitação em cerca de quatro meses.
O grifo é uma das três espécies de abutre que existem e nidificam em Portugal e está classificada como “Quase Ameaçada” em território nacional. As suas principais ameaças são a utilização de iscos envenenados, a redução da disponibilidade de alimento, a diminuição da pecuária extensiva, a eletrocussão em linhas elétricas aéreas, a degradação dos habitats, e a instalação de parques eólicos.