Príncipe William lança iniciativa de apoio a 10 mil guardas florestais em África
O príncipe de Gales, William, apresentou na terça-feira, na África do Sul, uma nova iniciativa para apoiar 10 mil guardas-florestais em toda a África durante os próximos cinco anos e garantir o seu trabalho na defesa da natureza.
“Os guardas-florestais são essenciais se quisermos cumprir as nossas metas globais de conservação para 2030 e evitar os perigosos pontos de inflexão que ameaçam o nosso planeta”, defendeu William, ao discursar na abertura da cimeira global Unidos pela Vida Selvagem na Cidade do Cabo (sudoeste), de acordo com um comunicado.
“Estas pessoas fazem muito mais do que proteger a vida selvagem. São educadores, são defensores da comunidade e ajudam a regular o uso sustentável dos recursos naturais”, acrescentou o príncipe, cuja fundação criou em 2013 a associação global que dá nome à cimeira para fazer face ao comércio ilegal de vida selvagem.
Denominada Iniciativa de Padrões e Bem-Estar dos Guardas-florestais (RWSI), foi desenvolvida em conjunto com a Associação Africana de Guardas-florestais e a organização não-governamental (ONG) britânica Tusk Trust.
De acordo com o comunicado, o programa terá a duração de cinco anos e será desenvolvido em todo o continente, proporcionando a 10 mil guardas-florestais “acesso a cobertura médica adequada e acessível e cobertura de seguro durante o serviço, juntamente com oportunidades de formação e desenvolvimento de liderança”.
William fez este anúncio no primeiro dia da cimeira que, segundo os próprios organizadores, reúne na África do Sul mais de 400 delegados e líderes na proteção da natureza e no conservacionismo da Ásia, África e América Latina.
Antes, o príncipe reuniu-se também na terça-feira com o Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, que o recebeu numa “visita de cortesia” em Genadendal, a sua residência oficial na Cidade do Cabo.
Em comunicado, a presidência sul-africana anunciou que o príncipe e o chefe de Estado planeavam abordar “uma série de questões fundamentais de interesse mútuo”.
O filho mais velho do rei Carlos III de Inglaterra encontrou-se com o governante sul-africano depois de ter caminhado com guardas florestais ao longo de um trilho no Parque Nacional da Table Mountain, tendo conversado aí com conservacionistas, incluindo o australiano Robert Irwin.
O principal motivo da viagem do herdeiro da Coroa britânica à África do Sul é a presença hoje na quarta edição dos prémios Earthshot.
Esta é a primeira viagem oficial do Príncipe de Gales à África do Sul desde 2010 e a primeira a África desde 2018, quando, depois de visitar a Namíbia, a Tanzânia e o Quénia, decidiu criar os prémios.
Os Prémios Earthshot premeiam anualmente cinco vencedores com um milhão de libras (1,18 milhões de euros), respetivamente, pelo seu contributo na luta contra a emergência climática.
Desde 2021, ano da sua criação, quase mil contribuições ligadas a África foram nomeadas para os prémios e um em cada cinco projetos finalistas foi criado ou opera naquele continente.