Próximos cinco anos poderão tornar alterações climáticas irreversíveis, avisa AIE



Se as infra-estruturas baseadas nos combustíveis fósseis continuarem a ser construídas, ao ritmo previsto, nos próximos cinco anos, “perderemos para sempre” a oportunidade de evitar as alterações climáticas extremas, de acordo com o economista-chefe da Agência Internacional de Energia (AIE), Fatih Birol.

“A porta está a fechar-se. Estou muito preocupado – se não mudarmos de direcção, e agora, na forma como utilizamos a energia, vamos acabar para além daquilo que os cientistas dizem ser o mínimo de segurança. E aí a porta fechar-se-á para sempre”, continuou Birol.

À medida que centrais energéticas, fábricas e edifícios ineficientes continuam a ser construídos, a um ritmo impressionante, em todo o mundo, os próximos cinco anos serão preponderantes para conseguirmos evitar a irreversibilidade das alterações climáticas.

Segundo a AIE, o caso é tão grave que, agora, todos os meses contam. Se quisermos manter-nos abaixo dos 2ºC de aquecimento em relação à era pré-industrial, as emissões têm de ser paradas nos 450 ppm de dióxido de carbono na atmosfera. O nível actual ronda os 390 ppm.

No entanto, as actuais infra-estruturas já produzem 80% de todo o carbono que podemos emitir, segundo a análise publicada hoje pela AIE, o que quer dizer que temos muita pouca margem de manobra para reestruturamos a nossa economia no caminho da chamada economia verde.

E se esta tendência continuar, em 2015 teremos gasto 90% do nosso “orçamento” de carbono. Em 2017, as alterações climáticas serão irreversíveis.

Leia o estudo da  AIE.





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