Quais as consequências reais de uma guerra nuclear?
As declarações recentes do presidente norte-americano Donald Trump, segundo as quais se devia atacar a Coreia do Norte “com fogo e fúria como o mundo nunca antes viu” voltaram a despertar o medo geral latente de uma possível guerra nuclear.
Este é um medo tão real quanto generalizado. A prová-lo está o recente acordo aprovado recentemente por mais de 122 países nas Nações Unidas que declara a vontade de proibir o uso de armas nucleares em qualquer circunstância. Mas mesmo podendo em breve vir a ser ilegal um país possuir este tipo de armamento, que tipo de consequências poderia o planeta sofrer caso rebentasse uma guerra nuclear, por mais pequena que fosse?
As opiniões divergem dentro da comunidade científica. O investigador Matthias Eken, em declarações à Science Alert, defende que uma guerra nuclear não traria consequências tão alarmistas quanto a maioria da população teme. Segundo ele, das mais de 2 mil explosões nucleares que já aconteceram no planeta, nenhuma acabou com a vida humana. Eken diz que para se evitar um desastre é sobretudo necessário ter uma noção mais clara sobre os verdadeiros efeitos do nuclear.
Por outro lado, um estudo recente demonstra outros factos. Num cenário imaginado em que a Índia e o Paquistão entrassem em guerra e utilizassem o arsenal nuclear que têm disponível, o número de mortos seria superior a 20 milhões de pessoas, mais do que as vidas perdidas na segunda guerra mundial.
Mas as consequências não se ficavam por aqui. O impacto ambiental seria enorme. Plantações de alimentos como o milho ou o arroz sofreriam perdas de mais de 15% nos 12 anos seguintes, o que significaria que 2 milhões de pessoas morreriam à fome.
Mesmo sabendo que um conflito entre os EUA e a Coreia do Norte não teria dimensões tão grandes como o da Índia com o Paquistão, a comunidade científica é unânime: na dúvida, o melhor é mesmo não arriscar.
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