Quase metade das espécies deste grupo de plantas tropicais está ameaçada de extinção



As helicónias (género Heliconia) são plantas oriundas das florestas tropicais, conhecidas pelas suas flores coloridas e pontiagudas que se assemelham a bicos de aves, sendo, por isso, muito procuradas como ornamentos.

Das 187 espécies que hoje se conhecem desse género, a maioria vive nas regiões tropicais das Américas central e do sul, onde o néctar que produzem serve de alimento a muitos animais, como morcegos e beija-flores, que, depois de saciados, carregam consigo grãos de pólen que ajudam na reprodução e dispersão das helicónias.

Atualmente, apenas 21 espécies de helicónia constam da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza, mas, num artigo publicado recentemente na revista ‘Plants, People, Planet’, um grupo de investigadores avisa que 87, cerca de 47% do total, estão ameaçadas de extinção.

Heliconia rostrata.
Foto: W. J. Kress

O trabalho, liderado pelo Museu Nacional de História Natural da Instituição Smithsonian (Estados Unidos da América), destaca que só uma pequena percentagem dessas espécies ameaçadas existe noutras regiões que não naquelas de onde são nativas, o que agrava a sua vulnerabilidade, e que a maioria das helicónias presentes em jardins botânicos pelo mundo fora são espécies que não representam, de acordo com a Lista Vermelha, grandes preocupações quanto ao risco de extinção que enfrentam.

Por isso, os investigadores identificam 45 helicónias que devem ser alvo de maior proteção, incluindo espécies que existem fora de áreas protegidas e outras que devem estar mais bem representadas em jardins botânicos para reforçar a sua conservação. Dessa lista constam espécies, sobretudo, do Brasil, do Equador, da Colômbia, do Peru, do Panamá e da Costa Rica.

Helicona dielsiana.
Foto: W. J. Kress

“Este estudo fornece um mapa para salvar este grupo de plantas, a começar por esta lista de espécies prioritárias”, afirma, citado em comunicado, Gary Krupnick, diretor do departamento de conservação de plantas nesse museu americano e coautor do artigo.

Estima-se que, até à data, tenham sido avaliados os estados de conservação de menos de 20% de todas as espécies de plantas do planeta, com os investigadores a dizerem que, sem saber o estado do mundo vegetal, dificilmente se conseguirá criar planos para conservar as espécies que mais urgentemente precisam dessa proteção.

“Agora que sabemos o estado de conservação de cada uma das 187 espécies de Heliconia, podemos construir planos coerentes sobre como protegê-las”, salienta John Kress, primeiro autor do estudo.





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