Reabilitação do rio Lena em Porto de Mós e na Batalha custa 1 ME e arranca este mês
A reabilitação e valorização do rio Lena nos concelhos da Batalha e Porto de Mós, um investimento de um milhão de euros, arranca este mês, revelou ontem à agência Lusa a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
“As intervenções ainda se iniciarão este mês de setembro”, adiantou a APA numa resposta escrita a propósito da assinatura, na sexta-feira, dos protocolos de colaboração técnica entre os dois municípios do distrito de Leiria e aquela agência.
Segundo a informação, o acordo de colaboração entre a APA e a Câmara de Porto de Mós tem o valor de 500 mil euros, financiado pelo Fundo Ambiental, o mesmo sucedendo com o do município da Batalha.
A APA esclareceu que os trabalhos contemplam a requalificação de leito e margens, limpeza de infestantes incluindo podas de formação, numa extensão de 18 quilómetros, com plantações autóctones e soluções técnicas de engenharia natural, no rio Lena nos concelhos da Batalha e Porto de Mós.
“Os trabalhos irão assegurar a minimização do risco das cheias e a salvaguarda dos ecossistemas ribeirinhos do rio Lena”, acrescentou a APA.
À agência Lusa, o vereador da Câmara de Porto de Mós Eduardo Amaral explicou hoje que o objetivo é a recuperação do rio Lena desde a nascente até ao seu término, incluindo o concelho da Batalha.
“No caso de Porto de Mós, são cerca de oito quilómetros de rio onde se irá recuperar todas as margens, açudes e locais de ‘fixação’ de água, de forma a garantir que a flora continua a poder desenvolver-se mesmo nos meses de seca”, afirmou.
De acordo com o autarca, pretende-se, entre outros aspetos, recuperar toda esta área e todas as margens laterais, mas sobretudo açudes, e permitir também que os regantes possam ter acesso à água nesses pontos de ‘fixação’, garantindo, assim, a continuidade da agricultura neste vale do Lena, que sempre foi fértil.
Em dezembro de 2022, o autarca tinha dito à Lusa que os trabalhos vão recorrer à “engenharia natural e deixa de haver introdução de cimento, para serem feitos com vegetação própria”.
“A ideia é recuperar pegos [local mais fundo do rio] e açudes, de forma a poder devolver o rio à comunidade e a água poder ser utilizada como recurso durante todo o ano”, adiantou o vereador.
O vereador disse na ocasião que as mais-valias deste projeto passam por, “durante o inverno, o rio não galgar as margens e inundar os terrenos confinantes, e ‘fixar’ a água nestas zonas, para permitir que fauna e flora se desenvolvam e não morram durante os períodos de seca”.
Por outro lado, Eduardo Amaral apontou a possibilidade de “voltar a regular a água para os regantes, para que não seja desperdiçada fora dos períodos de rega”, e “monitorizar o rio, para que não haja descargas poluentes e poder fazer-se uma cultura ambiental diferente” deste curso de água, “criando um corredor verde que atravessa a vila”.
O rio Lena é um afluente do Lis. Nasce em Porto de Mós e é alimentado por várias ribeiras subterrâneas, sendo de foro torrente (corre na época das chuvas e seca no período do verão), referiu a Câmara.