Recursos energéticos africanos contribuem para segurança energética global



Altos responsáveis de países produtores, como Angola, debateram ontem, numa conferência na África do Sul, como os recursos energéticos africanos contribuem para a segurança energética global e reformas regulamentares podem fazer do continente um destino de investimento competitivo.

No painel de debate de abertura da “Semana Africana da Energia: Investir na Energia Africana”, a African Energy Chamber (Câmara Africana de Energia, na tradução livre, AEC, na sigla em inglês) referiu previsões de que “a procura global de energia aumente 27% até 2040, com os combustíveis fósseis a representarem a maior parte do cabaz energético mundial para além de 2050”.

Responder a essa demanda, referiu, exigirá suprimentos de energia alternativa, e África, com mais de 125 mil milhões de barris de reservas comprovadas de petróleo e 620 biliões de pés cúbicos de gás, “está posicionada de forma única para impulsionar os esforços globais de segurança energética”.

Os intervenientes no debate, na conferência que decorre até sexta-feira, na Cidade do Cabo, África do Sul, procuraram explorar “a forma como os recursos energéticos africanos impulsionam a segurança energética global” e reformas regulamentares que reforçam o ambiente de negócios, fazem emergir o continente como um destino de investimento altamente competitivo, como referiu o representante de Angola.

Angola está a recorrer à reforma regulamentar para aumentar a produção e, segundo o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos do país, Diamantino Pedro Azevedo, alterou o modelo de governação do setor, introduzindo dois novos reguladores – um para o setor a montante e outro para o setor intermédio e a jusante – e também fez alterações nas leis e no regime fiscal.

O acelerar das explorações é também uma das principais prioridades dos produtores emergentes em África, referiu.

Os maiores produtores de combustíveis africanos, como Angola, continuam a investir fortemente na exploração e produção com o objetivo de aumentar a produção e as exportações, como salientou a entidade que organiza a conferência.

“Em 2024, a Nigéria lançou a sua última ronda de licenças. As grandes empresas de energia retomaram a exploração na Líbia, enquanto Angola se prepara para lançar a sua próxima ronda de licitações ‘offshore’ (em alto mar)”, exemplificou.

“Estes esforços irão impulsionar o crescimento da produção em África, consolidando a posição do continente como fornecedor mundial”, sublinha a African Energy Chamber.

“A Namíbia, por exemplo, é considerada por muitos como a maior zona de exploração de fronteira a nível mundial, com uma série de descobertas ‘offshore’ feitas desde 2022. O país tem como objetivo a primeira produção de petróleo na Bacia de Orange até 2029”, recordou.

As empresas petrolíferas internacionais, como a Chevron, estão a conduzir uma abordagem multi-energética para gerar retornos elevados e desbloquear novas fontes de energia sustentável para África, concluiu.





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