Refinaria de lítio será “onde empresa quiser” mas é expectável que seja no Norte, afirma João Galamba



O secretário de Estado da Energia afirmou hoje ser “expectável” que a refinaria de hidróxido de lítio se situe no Norte dada a aproximação aos portos e locais de extração, defendendo, contudo, que esta será “onde a empresa quiser”.

“A localização da refinaria é onde a empresa quiser localizar a refinaria. É expectável que o porto por onde o lítio possa sair seja a Norte, portanto, ou Leixões ou Aveiro. Depois depende da localização, mas faz sentido ser a Norte, porque as minas são todas a Norte e no Centro do país”, afirmou João Galamba.

Em declarações à Lusa, a propósito do debate “O papel dos municípios na descarbonização”, em que participa hoje no âmbito da 15.ª Semana Europeia da Energia Sustentável, o secretário de Estado da Energia negou ter afirmado que a instalação desta unidade industrial seria no Porto de Leixões, em Matosinhos.

“O que disse era que era expectável. Sendo provavelmente as futuras minas de lítio que Portugal possa ter, no Centro e Norte do país, é expectável que os portos de escoamento desse lítio sejam a Norte, nomeadamente Leixões. Nunca ninguém disse que a refinaria era no porto de Leixões”, referiu.

Em novembro de 2019, numa entrevista ao jornal Público, o secretário de Estado da Energia referiu que o Governo estava a desenvolver esforços para atrair para Portugal a primeira fábrica de hidróxido de lítio a instalar na Europa e considerou que o porto de Leixões, no distrito do Porto, seria a localização ideal, devido à proximidade das zonas de extração.

Em março, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) garantiu “nunca ter havido qualquer tipo de abordagem” para a instalação de uma refinaria de hidróxido de lítio no Porto de Leixões.

“Não há nenhuma manifestação de interesse em nenhuma refinaria [de lítio] nas instalações da APDL”, disse o administrador Nuno Araújo.

Hoje à Lusa, João Galamba adiantou ainda que o Governo tem tido “conversas com várias empresas”, mas que a instalação da refinaria dependerá da existência de minas de lítio em Portugal.

“Temos tido conversas com várias empresas, mas, obviamente que é crítico para a possibilidade de haver uma refinaria aqui em Portugal que haja minas de lítio em Portugal, porque é isso que torna Portugal atrativo em ter uma refinaria de lítio”, disse.

O Governo quer criar este ano um ‘cluster’ do lítio e da indústria das baterias e vai lançar um concurso público para atribuição de direitos de prospeção de lítio em nove áreas do país.

Para além dos dois contratos já anunciados em Montalegre e Boticas, ambas no distrito de Vila Real, serão abrangidas as áreas de Serra d’Arga, Barro/Alvão, Seixo/Vieira, Almendra, Barca Dalva/Canhão, Argemela, Guarda, Segura e Maçoeira. A aposta faz parte da proposta de Orçamento do Estado para 2020 (OE2020).





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