Refugiados de Fukushima podem nunca voltar a casa
O Governo japonês não vai cumprir a meta inicial para o regresso de cerca de 160 mil pessoas às suas casas, depois do tsunami e desastre nuclear de Fukushima, pelo que muitos destes estão já a refazer as suas vidas noutros locais.
“Não se pode levar uma vida temporária para sempre”, explicou Ichiro Kazawa, de 61 anos e cuja casa desapareceu no tsunami. A cidadã japonesa pleneava voltar para casa no próximo ano, com a mãe de 88 anos, mas já sabe que isso não irá acontecer. Agora, ela quer que o Governo também o admita.
Um relatório do Partido Liberal-Democrata, líder da coligação governamental, pediu ao Governo para abandonar a promessa feita a todos os 160 mil evacuados de que as suas casas atingidas pela radiação poderiam, um dia, ser habitadas.
O relatório pede também apoio financeiro para que estes cidadãos se mudem para novas casas noutros locais – e que o Estado gaste mais verbas com o armazenamento de enormes quantidades de lixo radioactivo, que está até 20 quilómetros da zona de evacuação.
A descontaminação está atrasada em sete das 11 cidades selecionadas, o que forçou as autoridades a afirmarem que não irão terminar o trabalho antes do prazo, ou seja, Março de 2014. Assim, 160 mil refugiados temporários tornar-se-ão permanentes.
Foto: raneko/ Creative Commons