Responsável Canadiana pela migração critica campanha de desinformação sobre migrantes



No dia em que se comemoram os 70 anos sobre a Declaração dos Direitos da Humanidade, sobem de tom as críticas ao Pacto Global para a Migração da ONU, especialmente de vozes de direita e extrema direita.

A representante especial da ONU para a migração, Louise Arbour, critica fortemente aquilo a que chama de “desinformação galopante” a propósito do Pacto Global para a Migração.

Este pacto é o documento que se espera que a maioria dos países da ONU assine no próximo dia 19 em Marraquexe, apesar de países como EUA, Itália, Hungria, Áustria, Polónia, Bulgária, Eslováquia e Austrália terem saído do pacto.

No fundo, este é um documento para uma “migração ordeira e segura. É um esforço para fazermos melhor juntos, para olhar para as décadas que estão à nossa frente, e colaborar numa ampla gama de questões relacionadas com a migração internacional,” diz Arbour.

Relativamente às críticas contra o documento, Arbour diz que são infundadas. “O pacto não cria um direito à migração. Não impõe nada aos estados. Não é vinculativo do ponto de vista jurídico”, disse Arbour, que se referia aos protestos de ativistas políticos de direita. Apesar dos protestos, também o ministro Canadiano da imigração disse que o país está empenhado em assinar o Pacto Global.

 

Governo Belga perde maioria por causa do Pacto Global
Aqui ao lado, na Bélgica, a coligação que estava no governo perdeu a maioria, depois de o partido de extrema direita que fazia parte da coligação ter saído.

O líder do partido nacionalista N-VA tinha avisado o primeiro Ministro Charles Michael que o seu partido sairia da coligação se ele viajasse para a conferência do Pacto Global da Migração que vai ocorrer em Marraquexe. “Se já não temos voz neste governo… então não faz sentido continuar”, disse De Wever, o líder da N-VA.

 

Opinião do Greensavers
Estes são realmente tempos conturbados, em que há cada vez mais vozes populistas a ganhar peso nas redes sociais e nas notícias. Os migrantes não são entidades abstratas que têm como propósito roubar o emprego ou o que quer que seja aos cidadãos de um país. Os migrantes são, em primeiro lugar pessoas. Pessoas que muitas vezes fogem de zonas de conflito para sobreviver, ou zonas de pobreza extrema onde não têm quaisquer perspetivas de futuro.

Apesar dos chamados “brandos costumes portugueses”, temos de nos manter atentos aos sites que espalham noticias falsas, porque também por cá as redes sociais estão cheias de conteúdo falso, ódio e vozes contra ideias preconcebidas que não têm qualquer fundamento na realidade.

Pense nisto: como gostaria de ser tratado se, um dia, fosse obrigado a fugir do seu país? Pense nisto e olhe para os migrantes não como coisas, mas como pessoas que merecem uma oportunidade.





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