Rita Ramos, STUFA: “Qualquer parapeito de janela ou varanda servirá para plantar este tipo de aromáticas”



Qualquer parapeito de janela ou varanda está apto para plantar as plantas aromáticas da STUFA, a marca que quer pôr os portugueses a plantar ervas aromáticas em casa.

O Green Savers falou com business developer da empresa, Rita Ramos, e descobriu os alicerces da STUFA, a sua estratégia, o que move os dois empreendedores que lançaram a marca e como estes estão a ultrapassar as dificuldades inerentes à criação de um novo negócio.

“Até ao momento não tivemos qualquer apoio financeiro e estamos a tentar uma abordagem mais directa ao mercado”, revelou Rita Ramos. A STUFA deverá comercializar os seus kits a partir de Abril.

O Green Savers nasceu – também – para apoiar projectos como a STUFA, verdadeiros promotores da economia verde. Partilhe esta entrevista com a sua rede de influências e contribua para o sucesso da STUFA.

Como surgiu a possibilidade de lançar a STUFA? Quem faz parte do projecto e quais os seus cargos?

Um dia tentámos plantar as nossas próprias ervas aromáticas em casa. Cheios de dúvidas e interrogações, procurámos informações e descobrimos que esse processo não era assim tão fácil. As embalagens de sementes trazem informação escrita para peritos em simbologia, depois, existe o livro de jardinagem para iniciados e avançados, o livro de culinária, o livro dos benefícios para a saúde. Era necessário comprar uma biblioteca inteira e investir algum tempo para conseguir saber a informação básica que queríamos para semear e utilizar os nossos próprios condimentos.

Decidimos então que era altura de juntar as nossas valências (Design e Ambiente) e tentar renovar a imagem da indústria das sementes, de um modo prático, funcional, divertido e com um design apelativo para que qualquer pessoa, independentemente dos seus conhecimentos, ficasse um perito em 10 minutos e usufruísse de toda a experiência.

Presentemente a _STUFA conta apenas com dois colaboradores: Miguel Guedes Ramos criativo e Rita Ramos – conteúdos científicos e business development. No entanto, temos a sorte de contar com um grupo de amigos polivalente e interessado que nos tem apoiado e ajudado em todo o processo (Ex: fotografia; copywriting; conselhos de marketing e gestão; inspiração de decoração para cenários). Sem o apoio de todos, a _STUFA não seria possível.

Que apoios – financeiros e outros – tiveram?

Investimos muito do nosso tempo e dedicação para o desenvolvimento da _STUFA. Ao mesmo tempo, trabalhamos em simultâneo como freelancers nas respectivas áreas.

Até ao momento não tivemos qualquer apoio financeiro e estamos a tentar uma abordagem mais directa ao mercado. Temos o produto e cadeia de valor toda montada e estamos em fase de negociação com lojas para angariar pré-encomendas necessárias para a produção do produto.

Esta abordagem tem sido um pouco mais difícil do que pensávamos, pois existe neste momento uma grande falta de confiança no mercado por parte das lojas. Estamos a estudar a hipótese de colocar a _STUFA numa das plataformas de crowdfunding existentes em Portugal, dando aos consumidores a possibilidade de efectuarem, directamente, a pré-compra dos nossos primeiros kits-online – e ao mesmo tempo contribuírem para que a _STUFA se torne uma realidade empresarial.

Qual o investimento total previsto para o lançamento da STUFA?

Preferimos não revelar dados específicos por agora, no entanto, a maioria dos nossos fornecedores exigem-nos quantidades mínimas muito elevadas. O que sem dúvida é uma barreira inicial que teremos que ultrapassar.

E quanto esperam facturar em 2012 e nos próximos anos?

Temos esse número, mas preferimos não revelar. No final do nosso primeiro ano contamos!

Que conselhos dariam a empreendedores que estejam a pensar lançar start-ups? 

Falem com o máximo de pessoas sobre o vosso projecto. Recolher opiniões e modos de pensar diferentes baseados na experiência de cada um, ajuda a prever futuras barreiras que foram identificadas deste cedo, poderão ser muito mais facilmente ultrapassáveis e dá-vos uma primeira visão do mercado que irão encontrar e para o qual se têm que preparar.

Para além disso, estar perto de outros empreendedores e associações de emprendedorismo ajuda a manter a energia e motivação necessárias, proporcionando também oportunidades de colaboração e sinergias entre start-ups e uma maior possibilidade de encontrar os canais certos para angariar o investimento necessário.

A Home Farming está em fase de grande expansão em Portugal. Concordam?

Concordamos. Cada vez mais os Portugueses interessam-se pelos pequenos prazeres saudáveis do dia-a-dia, sendo home farming um deles, pois permite ter os condimentos sempre frescos, mais perto de cada um.

Para além de ervas aromáticas, que outros produtos pensam – ou poderão pensar – comercializar?
Futuramente, pensamos alargar os nossos Kits a outro tipo de ervas aromáticas e hortícolas que façam sentido semear num parapeito de janela/varanda. Estamos ainda a estudar a hipótese de produzir uma linha de produtos complementares.

Quanto tempo decorre desde que o momento em que o cliente compre o kit até à hora de colher as ervas?
Isso depende do que for semeado. Mas tudo isso vem explicado no livro, de uma forma muito directa e acessível.

Porque razão sentiram necessidade de incluir, nos kits, um livro explicativo? É para chegarem a uma maior franja de consumidores?

O livro é um guia para qualquer pessoa de sinta confiante em toda a sua experiência. No espaço de 10 minutos pode ficar a saber qual a dimensão que a planta vai atingir, qual é o tempo que precisará de esperar até à sua primeira colheita, como colher as suas folhas e frutos sem danificar a planta, em que pratos será mais indicado utilizá-las, quais os benefícios para a saúde, um pouco da sua história.

Tentámos compilar todas as questões e dúvidas que surgem no acto de semear sobre cada uma das espécies, num livro (guia de instruções) escrito de uma forma acessível e informal.

Quanto custará cada um dos kits? Onde poderão os clientes, comprar estes kits?

Neste momento estamos em fase de negociação para angariar as pré-encomendas necessárias, para seguirmos para a produção do produto. Por isso, neste momento não nos será possível adiantar esses dados.

Quem poderá ser fã dos vossos kits: quem pretende poupar dinheiro ou quem quer, simplesmente, ter o prazer de plantar as suas próprias ervas?
Os dois. Poupam dinheiro, porque terão à sua disponibilidade os condimentos necessários para fazerem os seus cozinhados preferidos, com ervas aromáticas sempre frescas, evitando também a frustração de abrir o frigorífico e reparar que a salsa que queriam tanto usar já não está em condições. E ao mesmo tempo têm o prazer de semear e ver crescer as suas próprias ervas. Uma actividade relaxante para fazer sozinho ou com crianças.

Quanto espaço será preciso, em casa, para podermos plantar estas ervas? E quais as condições ideais para estas se desenvolverem (estes conselhos vêm explicados no livro)?

Qualquer parapeito de janela ou varanda servirá para plantar este tipo de aromáticas. Algumas gostam mais de sol, outras de sombra, mas tudo isso vem explicado no livro.





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