Sabe o que é um cão-biólogo? E porque razão ele é importante? Descubra aqui.

Vamos directos à pergunta do título: um cão-biólogo é um cão treinado para encontrar cadáveres de aves ou outros animais, que nos ajuda a analisar a relação destas mortes com a existência de aerogeradores (instalados, por exemplo, em parques naturais), de ferrovias ou rodovias.

É que o ser humano apenas detecta 10% destes cadáveres, enquanto o cão, se for treinado para isso, tem uma taxa média de detectabilidade de 97%, permitindo chegar com mais exactidão aos impactos reais das infra-estruturas criadas pelo homem em habitats naturais.

Fundada em Almada, em 2005, a Bio3 é uma consultora especializada em investigar sistemas de informação na área da biodiversidade. O seu novo projecto é precisamente o cão-biológo. Tem clientes como a EDP Renováveis, Iberwind, REN ou a Galp, empresas que tentam perceber as consequências reais das suas acções na biodiversidade.

“O projecto do cão-biólogo aparece porque nós acreditávamos, e continuamos a acreditar, que o progresso e a preservação da natureza são fenómenos compatíveis”, afirmou ao Diário de Notícias Miguel Mascarenhas, sócio-fundador da Bio3.

“Durante muito tempo analisámos, em Portugal, a morte destes vertebrados voadores recorrendo à observação no local, mas tendo sempre em conta que o ser humano só detecta cerca de 10% dos cadáveres”, continuou o responsável, que explicou ainda que era necessário recorrer a cálculos muito exigentes para conseguir um total aproximado dos indivíduos mortos.

O treino dos cães e dos tratadores da Bio3 passou por um protocolo com o Grupo Operacional Cinotécnico da Unidade Especial de Polícia da PSP, que durante três meses deu formação intensiva e certificou este projecto.

Quando os cães-biólogos encontram o odor de um cadáver de uma ave ou de um morcego, tentam chamar a atenção do seu tratador para que em troca recebam um momento de brincadeira, como recompensa. A forma de chamar a atenção é ladrar para que, através do som, o elemento da Bio3 o encontre. Depois, é só perceber quantos cadáveres foram encontrados e o porquê.