Seca: Governo vai “investir forte” no abastecimento e armazenamento de água
O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, afirmou hoje que o Governo vai “investir forte” no abastecimento e armazenamento de água e defendeu que não se pode “abrir a torneira para depois fechá-la” aos agricultores.
“Vamos investir forte num sistema de rega interligado em termos nacionais, num plano de abastecimento e também de distribuição eficiente da água”, realçou José Manuel Fernandes, à margem de um colóquio na feira agropecuária Ovibeja.
O governante respondia a perguntas dos jornalistas sobre as ameaças dos agricultores do Algarve de voltarem aos protestos caso as medidas contra a seca não sejam iguais para todos, que o semanário Expresso noticiou na sua página de Internet.
Segundo o ministro, além de montantes suplementares, o país já garantiu “816 milhões de euros” de fundos europeus para investir no abastecimento e armazenamento da água, dos quais “456 milhões de euros têm de ser executados até 2025”.
“Temos que acelerar a sua execução para não os perdermos. É isso que vamos fazer para não se perder um cêntimo de fundos europeus”, vincou.
Além disso, frisou o titular da pasta da Agricultura, o Governo pretende, “com base em soluções técnicas”, aliviar as restrições impostas aos agricultores do Algarve.
“O que nós não podemos fazer é enganá-los, o que nós não podemos fazer é abrir a torneira para depois fechá-la e, portanto, temos medidas imediatas para aliviar, mas nós não podemos sempre andar a correr atrás do prejuízo”, advertiu.
Questionado se se refere a transvases quando alude a um sistema de rega interligado, José Manuel Fernandes esclareceu que está a “falar em primeiro lugar do armazenamento e, depois, da eficiência” do uso da água.
“Não se excluem centrais de dessalinização e também não excluo interligações na nossa rede para este objetivo”, sublinhou.
O governante insistiu que o Governo está a trabalhar para que “os recursos já garantidos sejam executados rapidamente”, alertando que “os atrasos são enormes” e que o país corre “o risco de perder fundos europeus, o que era inaceitável”.