Seca, incêndios e vagas de calor serão o retrato de Portugal em 2100 (com FOTOS)
Não acredita nas alterações climáticas? Então veja estes mapas desenvolvidos pela European Environment Agency (EEA) para o futuro do clima na Europa até 2100 [ver abaixo]. Estes 16 mapas sugerem o pior cenário climático para a Europa, tendo em conta as alterações climáticas e um futuro onde nada é feito para as mitigar.
Os mapas são devastadores para os países do sul da Europa: seca, incêndios, vagas de calor, aumento drástico do nível médio do mar e falta de água. “Está a pensar numas férias mediterrâneas? Então é melhor fazê-las agora. Se quiser visitar Espanha ou Itália marque já o seu voo”, resume o Grist.
Um dos mapas descreve o índex climático para turismo – um cálculo que mostra como o clima vai influenciar as actividades exteriores. Aqui, Portugal, Espanha e Itália são fortemente atingidos, tornando-se em locais onde, no Verão, é praticamente impossível estar fora de casa.
Mas há mais dados preocupantes – muito mais preocupantes. Toda a Península Ibérica será afectada por subidas de temperatura, inundações, fogos florestais, redução da qualidade do solo e diminuição dos caudais dos rios, aumento do nível médio do ar, perda de biodiversidade e redução do número de peixes.
O relatório pega nos dados que afirmam que os cinco Verões mais quentes da Europa – nos últimos 500 anos – surgiram entre 2002 e 2011 para prever que esta tendência não irá parar.
Em Portugal, e até 2050, as temperaturas deverão subir 1,5ºC. Na Extremadura espanhola, porém, a subida será de 2ºC. Se tivermos em conta o período de 2071 a 2100, poderemos chegar a um aumento de 3,5ºC em Portugal e até 4ºC em partes do centro de Espanha.
O futuro será também marcado por uma menor precipitação, tornando-a mesmo inexistente no Verão. Esta tendência, aliás, notar-se-á em toda a Europa, com excepção de alguns países do Norte. Haverá ainda uma menor queda de neve em todas as regiões.
Como já dissemos, o nível médio do mar irá subir – sobretudo no Norte português – e os terrenos agrícolas serão menos férteis. Os fogos florestais alastrarão.
Leia algumas das principais conclusões do estudo:
Região Mediterrânea
Aumentos de temperatura maiores que a média europeia
Diminuição anual da precipitação
Diminuição anual do caudal dos rios
Aumento do risco da perda de biodiversidade
Aumento do risco de desertificação
Aumento da procura de água para a agricultura
Diminuição das culturas agrícolas
Aumento do risco dos fogos florestais
Aumento da mortalidade devido a vagas de calor
Zonas costeiras
Aumento do nível do mar
Aumento da temperatura do mar
Aumento da oxidação do oceano
Expansão para Norte das espécies de peixes e plâncton
Mudanças nas comunidades de fitoplânctons
Aumento do risco para os stocks de peixe
Europa central e de leste
Aumento das temperaturas extremas
Diminuição da precipitação no Verão
Aumento da temperatura da água
Aumento do risco de fogos florestais
Diminuição no valor económico da floresta
Europa do Norte Ocidental
Aumento da precipitação no Inverno
Aumento dos caudais dos rios
Movimento das espécies para Norte
Diminuição da necessidade de energia para aquecimento
Aumento do risco de inundações em rios e zonas costeiras
Árctico
Aumento da temperatura muito maior que a média global
Diminuição da cobertura do gelo no mar Árctico
Diminuição do gelo na Gronelândia
Diminuição das áreas que estão sempre congeladas
Aumento do risco da perda de biodiversidade
Aumento da exploração de recursos de petróleo e gás
Europa do Norte
Aumento da temperatura muito maior que a média global
Diminuição da neve e cobertura de gelo nos rios e mares
Aumento do caudal dos rios
Movimento das espécies para norte
Aumento da produtividade das culturas agrícolas
Diminuição da procura de energia para aquecimento
Aumento do potencial da energia hídrica
Aumento do risco de tempestades no Inverno
Aumento do turismo no Verão
Regiões montanhosas
Aumento da temperatura muito maior que a média global
Aumento da extensão de glaciares
Diminuição das áreas completamente geladas
Grande risco de extinção de espécies na região dos Alpes
Aumento do risco da erosão do solo
Diminuição no turismo de ski