Siemens mostrou casos de sucesso na área das energias renováveis em Portugal

Terminou ontem, no Porto, a Press Tour Internacional da Siemens – One answer is not enough: The Power Matrix – que tem mostrado à imprensa europeia projectos portugueses que ajudaram o País a transformar o seu sistema eléctrico num reconhecido caso de sucesso internacional. Durante esta viagem, jornalistas de sete países europeus visitaram obras emblemáticas em Portugal como a Central de Ciclo Combinado do Pego, a subestação de Ermesinde, o parque eólico de Montalegre e a barragem da Venda Nova II.
No Porto, a Siemens reuniu um conjunto de especialistas do sector da energia, onde apresentou e debateu com os convidados presentes a sua visão para a Power Matrix do futuro – um sistema de energia limpa, renovável, sustentável e economicamente eficiente que está já a ser implementado em Portugal em várias áreas estratégicas para a autonomia energética do país.
O encontro contou com João Silva Marques, director do Sector Energy da Siemens Portugal, Eduardo de Oliveira Fernandes, professor de Engenharia da Universidade do Porto e especialista em investigação de energia e ambiente, e Andreas Görgen, director do Sector Energy da Siemens para os sete países do sul da Europa e conselheiro energético do Governo alemão.
Referindo-se à evolução das energias renováveis em Portugal nos últimos anos – e ao facto de o país ser olhado no exterior como um caso de sucesso -, João Silva Marques lembrou que, na energia o sucesso ou insucesso não se mede no curto prazo, é para as gerações. “Seguramente, daqui a 10 anos o perfil do País não é o de hoje, nem o que foi em 2001, estamos a construir para o futuro”, explicou o responsável.
Eduardo de Oliveira Fernandes reforçou que, apesar das incertezas ligadas à economia, Portugal é hoje reconhecido em todo o mundo como um caso de sucesso na implementação de um sistema sustentável de produção e distribuição de energia, assente maioritariamente em fontes renováveis e capaz de suprir as necessidades de um país desenvolvido.
Segundo o professor, a Siemens tem sido um dos parceiros mais empenhados neste processo, tendo colocado as suas competências de engenharia ao serviço do país com uma visão de longo prazo que pretende assegurar o usufruto sustentável dos recursos energéticos renováveis ao seu dispor.
Estes especialistas acreditam que a era dos combustíveis fósseis não terminará pelo esgotamento do petróleo, do gás natural e do carvão, mas pelo impulsionar da energia do futuro que será cada vez mais limpa.
A grave crise ambiental, o esgotamento dos recursos e os desequilíbrios entre o Norte e o Sul, são factores que obrigam a criar novas políticas energéticas. A título de exemplo das grandes discrepâncias em termos de emissões de CO2, Andreas Görgen mencionou que “parando a China por 15 dias, teríamos o total de emissões de CO2 da Alemanha por um ano”.
Incrementar a eficiência energética será a prioridade no curto prazo e para enfrentar os limites económicos inerentes a este crescimento, só o desenvolvimento das energias renováveis permitirá resolver as grandes necessidades do futuro. As energias renováveis são a única solução sustentável, sendo que a energia nuclear, de fissão ou fusão, só agravaria a situação de proliferação nuclear e geração de resíduos radiativos.
Andreas Görgen introduziu a discussão em torno da energia nuclear e da capacidade das energias renováveis manterem o equilíbrio energético de um país, tema que tem estado na ordem do dia na Europa. Este especialista acredita que os targets no que concerne às questões energéticas não são apenas de eficiência, mas terão de ser, acima de tudo, orientados para o desenvolvimento social e para o chamado “Crescimento Inteligente”.
Estes desafios globais requerem soluções locais que passam em grande medida por “fugir” a políticas com um único sistema de fornecimento de energia: “Só com um sistema energético harmonizado, a Europa poderá manter a sua forte e competitiva posição no mercado”.
A integração das diversas fontes na rede eléctrica, assim como o papel prosumer dos consumidores, foram também temas analisados durante este encontro que deixou uma mensagem positiva ao país e aos mercados, quer pelo reconhecimento do sucesso na área das energias renováveis, quer pela visão de longo prazo de que estamos a trabalhar e a construir para o futuro.