Streetics: o classificador de qualidade de vida nas ruas made in Portugal

Há umas semanas apresentámos-lhe o Walkonomics, um site que permite aos peões saberem, rapidamente, se uma determinada rua pode ser facilmente percorrida e pé. Na altura, como se pode recordar, explicámos que, infelizmente, o projecto não era português nem calculava o nível de “pedonabilidade” de nenhuma rua portuguesa.
Então, desconhecíamos a existência do Streetics, uma plataforma online de classificação de ruas de várias cidades – sobretudo portuguesas. Isto porque o Streetics foi fundado por empreendedores portugueses, entre os quais Carlos Sousa, o CEO.
“O Streetics nasceu da minha experiência de 15 anos no sector imobiliário e da constatação da necessidade de satisfazer, a quem procura casa, uma série de perguntas acerca da zona onde está a procurar”, explicou Carlos Sousa do Green Savers.
“Há cada vez mais mobilidade e cada vez é maior o número de pessoas que muda para zonas que não conhece”, continuou o empreendedor.
O Streetics não se remete a Portugal, mas é sobretudo aqui que está centrado. O site tem um objectivo diferente do Walkonomics, atenção, e classifica as ruas com base em critérios fundamentais para usufruir da qualidade de vida desejada, desde a centralidade ao ambiente e qualidade do ar, passando pelos espaços verdes e rede de transportes.
“Antes do Streetics, a única forma que tinham de saber se em determinada rua era fácil estacionar, ou se o ambiente era agradável, seria perguntar ao mediador imobiliário ou ao proprietário que, como é óbvio, acabavam por puxar a brasa à sua sardinha”, explica
A Rua Castilho, em Lisboa, tem uma nota de 13.08 (de 0 a 20), sendo considerada uma zona bastante central e servida de transportes, mas com risco sísmico, altos impostos municipais e poucos espaços verdes.
O Streetics classifica cada rua com base em 12 parâmetros – para já – que o seu fundador considera serem sinónimo de qualidade de vida. “Defendemos que cada utilizador considere apenas os parâmetros que são importantes para si. Assim, se uma pessoa não tem automóvel, não deve valorizar o parâmetro ‘Estacionamento’”, avança Carlos Sousa.
Os parâmetros são a centralidade, estacionamento, áreas verdes, comércio, serviços, transporte, esperança média de vida, exercícios seguros, risco de sismo, risco de inundações, taxas municipais e redondezas.
A plataforma foi preparada para poder ser integrada em portais imobiliários, para que assim os utilizadores do portal “possam ver não só as características do imóvel, mas também a [sua] classificação em relação à rua onde ele está inserido”.