Syngenta retira pedido para utilizar pesticidas proibidos que prejudicam as abelhas



A Syngenta, uma empresa suíça que produz sementes de cultivo e agro-químicos, retirou um “pedido de emergência” que havia feito às entidades reguladoras para utilizar um insecticida proibido – que contém neonicotinóides –, para tratar cerca de um terço de toda a produção de couve-nabiça do Reino Unido. A retirada do pedido de utilização acontece depois de várias campanhas de activistas.

As sementes da couve-nabiça servem para produzir o azeite de colza, que é utilizado na produção de biodiesel. Segundo a Syngenta, as plantações deste vegetal iriam ser ameaçadas por uma praga, justificando assim a excepção de emergência do uso de neonicotinóides. Porém, os pesticidas que contêm estes agentes estão proibidos na União Europeia desde 2013 por um período de dois anos, depois de uma investigação científica comprovar que o pesticida prejudicava as abelhas. Embora os neonicotinóides sejam o insecticida mais amplamente utilizado no mundo, a investigação revelou que o agente tinha uma grande capacidade de penetração e podia até ameaçar a produção global de alimentos.

“Após uma avaliação do esquema de plantação dos produtores, a Syngenta decidiu retirar o pedido”, afirmou o porta-voz da empresa, cita o Guardian. “Ficou claro para a Syngenta de que para fornecer o produto aos agricultores britânicos e, mais importante, para garantir a sua gestão eficaz, era necessário uma aprovação do Governo até ao final de Junho”, explica o porta-voz. Contudo, a decisão do Governo aconteceu depois da data exigida.

O parecer do comité de aconselhamento do Governo britânico para o uso de pesticidas indicou que o pedido para o uso excepcional do pesticida cumpria todos os requisitos, mas não havia provas públicas que comprovassem a futura ameaça.

Embora a decisão tenha agradado aos activistas ambientais, desagradou à Syngenta e aos agricultores britânicos. “É muito frustrante de que não tenha sido possível tomar uma decisão a tempo para a Syngenta preparar as sementes com pesticida para a plantação deste ano. A perda deste tratamento vai tornar mais complicada a produção de azeite de couve-nabiça”, afirma Guy Smith, vice-presidente da National Farmers Union.

Mais de 200.000 activistas protestaram contra o pedido da empresa suíça, através de petições online. Outros 35.000 assinaram uma petição enviada ao secretário de estado do ambiente britânico, Owen Paterson, e outros 6.000 pediram aos ministros para se “posicionarem fortemente contra a Syngenta”.

Foto: ndrwfgg / Creative Commons





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