Taxa de penetração de energia renovável nos Açores cai para 34% em 2024



A taxa de penetração da energia renovável caiu nos Açores para os 34% em 2024, contra os 34,9% de 2023, tendo neste último ano este valor sido de 61% no contexto nacional e de 44% na União Europeia.

A Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA), que assegura a distribuição da energia elétrica nos Açores, refere que esta taxa foi “impactada pela redução de cerca de 50% da energia geotérmica na Terceira”, cuja causa “ainda não foi comprovada”, e “pela diminuição da energia eólica”.

No caso da energia eólica, a EDA aponta, em nota de imprensa, que a quebra se fica a dever “à menor disponibilidade do recurso (vento)” e à “desativação de aerogeradores em fim de vida útil para substituição por novos e mais potentes equipamentos”.

A elétrica açoriana refere, por outro lado, que está proceder à ampliação da Central Geotérmica do Pico Vermelho e à revitalização da Central Geotérmica da Ribeira Grande, o que “irá permitir elevar significativamente a produção renovável na ilha de São Miguel para valores anuais superiores a 65%, a partir de 2027”.

A empresa, de capitais mistos, estima a entrada em exploração dos novos parques eólicos “para o final de 2025”, pelo que “a componente eólica do ‘mix’ de produção de energia elétrica nos Açores será influenciada pela ausência de produção nas três ilhas onde decorrem os investimentos”.

Com a conclusão dos investimentos, que ascendem a um valor total de 16,6 milhões de euros, e com o contributo dos sistemas de resposta rápida e de estabilização da rede por baterias a instalar pela EDA, a produção eólica anual dessas ilhas deverá subir de 12% para cerca de 30%.

De acordo com o relatório de contas e sustentabilidade da Empresa de Eletricidade dos Açores (EDA), relativo a 2023, consultado pela Lusa, a emissão própria de fuelóleo e gasóleo contribuiu com 63,5% para a emissão de energia, menos 0,7% do que em 2022.

O documento revela que a aquisição de energia elétrica de origem renovável, não incluindo os resíduos sólidos urbanos, representou em 2023, 34,9% da energia injetada na rede, mais 4,6% do que em 2022.

No país, o consumo de eletricidade aumentou 3,1% em outubro de 2024, face ao mesmo mês de 2023, com as energias renováveis a abastecer 68% do total consumido, segundo dados divulgados pela REN – Redes Energéticas Nacionais e pela Adene – Agência para a Energia, em 04 de novembro.

Segundo a REN, a energia eólica foi responsável por 32,5% da produção renovável, a hídrica por 23,1%, a solar fotovoltaica por 7,2% e a biomassa por 4,7%.

As energias renováveis foram, entretanto, a principal fonte de eletricidade na União Europeia em 2023, de acordo com dados preliminares do Eurostat, citados pela Euronews.

As energias renováveis representaram 44,7% de toda a produção de eletricidade, um aumento de 12,4% em relação a 2022.

A eletricidade produzida a partir de combustíveis fósseis diminuiu 19,7% em comparação com o ano anterior.





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